Abril, 1993

"1 de Abril de 1993-Viemos no voo inaugural da Tunisair.A aterragem em Tunis foi agradável, suave. Chegámos às 21h30m. Ficámos no Hotel Transatlantique, cansados e com alguns vapores de champanhe que abundantemente foi oferecido no avião.

2 de Abril de 1993-A manhã está fria, ventosa e profundamente nublada. Contudo, há gatos e pássaros por todo o lado. E o mar está delicioso, verde esmeralda (...) Mergulhamos na Medina, no seu sussurro de rumores, nas mil cores de sonho das suas lojas, percorremos o labirinto saudando todos os vendedores que pretendem sobretudo saber de onde viemos.E ancoramos no café maure bebendo um delicioso café expresso, enquanto à nossa beira os namorados trocam segredos. Há mulheres lindíssimas, princesas dignas das fantasias mais extasiantes. Reparo que o café tem 7 colunas pintadas de verde, vermelho e branco e 13 arcos que fazem do espaço um lugar sagrado, de subtilezas e palavras cariciosas ditas entre a afrouxada luz do silêncio mais sábio...

3 de Abil de 1993-Saímos do hotel. Chegámos à gare da SNCFT às 6 e 30 e fomos logo para o comboio. A Cláudia comprou "La Presse" e verificámos estupfactos que enquanto no 1º dia estiveram temperaturas máximas, entre os 18 e 27 graus, agora elas oscilam entre os 13 e os 19 e no Kef nevou.

(...)10 de Abril de 1993- Em Chenini a luz era impiedosa. Calcurreámos bastante o seu emaranhado de casa, escadas e ruínas.Depois, foi a longa estepe, quase 3 horas nos caminhos do deserto, para chegar ao esplendoroso oásis, onde nos banhámos numa nascente sulfurosa, e andámos de camelo até ao forte em ruínas. A noite acabou com histórias à volta da fogueira e estrelas cadentes." (excerto do 3º diário de viagem à Tunísia)

(fotografia de Cláudia Casimiro)