"Um Barco atracado ao cais é sempre um sonho preso"

domingo, agosto 01, 2004

poemas alentejanos

Mergulho o meu cansaço
num vento de pássaros;
o olhar deitado na vastidão
dos campos. As seivas
de Junho perfumando a roupa
e o poema a cantar
ruas de terra limpa.

Luis Filipe Maçarico


há sempre uma oliveira
junto à casa e
perto da tarde
um rapaz irá deitar-se
sobre a terra com os olhos
mergulhados
nas cisternas

Luis Filipe Maçarico

Alentejo meu verde coração
de Dezembro, por aves e
rebanhos inundado.
Há nos teus campos
um lamento de vento
e chuva onde o silêncio
tem voz de cão abandonado

Luis Filipe Maçarico

1 comentário:

marialascas disse...

Ainda que quisesses afirmar-te alfacinha a tua poesia não o permitiria... Gosto dum modo especial quando a tua poesia tem o sotaque das terras a sul, seja alentejo, Tunísia.