Escuto-a em transe até ao derradeiro acorde.
Escutei-a assim em 2003 na "Festa do Avante" e desde então distingo o timbre da sua garganta, que ganha asas quando vibra, cantando a essência desta estranha forma de vida...
Kátia Guerreiro prova, à saciedade, que o fado está bem vivo e que não se pode ficar à sua contaminação, quando ela aparece na rádio, num CD, num espectáculo.
Enquanto janto e me abstraio da minha osguinha de estimação que queria fugir para a rua, quando cheguei e me preparava para escancarar varandas, assustando-a e fazendo-a fugir de novo esbaforida, para dentro de casa (é o meu fado de Verão...), enquanto janto, dizia, após um duche refrescante, escuto "Nas Mãos do Fado" e fico extasiado com as palavras bem cantadas de Florbela, Lobo Antunes, Camões e Ary dos Santos.
Gosto desta voz e deste sorriso.
Das boas emoções que provoca.
Como diz José Nisa, este fado faz-se também com bom gosto e ideias.
E Kátia é autêntica e expressiva.
Uma flor entre as cordas da noite, no coração de uma guitarra...
...que mostra como Portugal pode ainda ser grande, sem barulho alarvóide, como todo aquele que os mass media e a turbamulta fizeram, em vão, em prol de um bando de pseudoatletas, mais interessados em fazer publicidade e pavonear-se como se fossem grandes vedetas de Hollywood.
Viva o Fado de Kátia Guerreiro ( ede mais alguns), que ao contrário do futebolismo patrioteiro não deseduca e até nos faz voar "nas asas de uma guitarra"...
Ecos do Encontro temático em Campo Maior
Há 4 dias
2 comentários:
Também gosto dela... e ainda não tenho nenhum cd. Quanto à osguinha não lhe ligues que ela também acaba por se esquecer de ti. Um beijinho (em ti claro, não na osguinha).
Tu e osga, a osga e tu... temos caso! :)))
A Kátia Guerreiro "agarra-nos" de tal modo que também nós, ao ouvi-la, ficamos nas mãos do fado...
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