"Um Barco atracado ao cais é sempre um sonho preso"

quarta-feira, setembro 09, 2009

Pequenas Coisas destes últimos dias de Verão




Este início de Setembro está quente, com noites agradáveis, enquanto os dias começam a minguar, pois anoitece mais cedo e o tempo menos luminoso aproxima-se.
Aproveito então a aragem morna e deixo a janela do quarto entreaberta para a brisa nocturna, enquanto durmo...

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Os debates entre os diversos adversários políticos têm-se sucedido, mais ao menos, em banho-maria, com excepção daquele que opôs Sócrates e Louçã. Não vi todos, mas o de hoje subverteu as águas mornas, navegadas pelos protagonistas dos encontros anteriores.

O chefe bloquista foi apanhado, como criança que escondeu o frasco da compota da avó, a propósito do programa eleitoral do BE, onde se preconiza o fim de todas as contas poupança (PPR) e da apresentação das continhas do médico, para efeito de IRS, em troca de saúde e educação gratuitas. Respondendo de forma evasiva deixou no ar dúvidas...que Sócrates não deixou escapar...Tudo somado, fiquei com a ideia que seria melhor viver noutra galáxia, porém, é aqui que tenho de viver. Como diria Jerry Lewis em "As Noites Loucas do Dr. Jekyl", "vocês já viram o tempo que temos de viver connosco mesmos?"

Enquanto puder, abrirei a janela, para entrar ar e saírem as más energias. Entretanto, não hesito, nem me perco: o meu voto é no PCP, em coligação com os Verdes e outros democratas.

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O Alentejo espera-me. Em Mértola recomeça o estudo.
Fim do segundo semestre do Mestrado Portugal Islâmico...com temperaturas altas.
Vou de brasa em brasa, neste lume de Setembro, campos fora, espreitando o futuro.
O amanhã tem de ser melhor, depois de tanta desilusão.
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NOTA: De madrugada, veio a breve tempestade: relâmpagos, trovões, vento e chuva. Prenúncio de Outono. Mas seja qual for a estação do ano, o sonho vai continuar, para enfrentar os dias sem luz...
LFM

4 comentários:

jose filipe rodrigues disse...

“O Alentejo espera-me”, meu amigo.
Há dias em que uma melancolia estranha
penetra-me o corpo e os ossos
e deixa-me quase inerte na distância,
lembrando aqueles meses de verão demorado
em que as andorinhas insistiam em permanecer,
até ao último instante de luz e calor,
nos beirais da Praça do Giraldo..
Aqui elas já colheram os derradeiros
raios de sol, da estação de vida demorada,
para alimentarem os voos de uma jornada
em direcção a sul, num ciclo de continuidade
em que a repetição gera sempre novidade.
Prometem regressar com os filhos crescidos
para, também eles, se multiplicarem aqui,
quando chegar a primavera das flores.
As aves nidificam na primavera das flores,
como as flores do caminho.
Mas aqui elas não respiram essências
de esteva e rosmaninho
e, talvez por isso, e pelas ameaças das frias neves,
as estadas são sempre muito mais breves
e menos apaixonadas e telúricas.
“O Alentejo espera-me”, meu amigo,
mas eu estou atrasado.
Os sorrisos dos filhos,
no primeiro dia de escola,
enraízaram-me os pés
e deram asas ao meu carinho,
em voos espirálicos e concêntricos,
adiando o meu regreso.
Dá um abraço por mim à planície
e diz-lhe que eu hei-de regressar,
como as andorinhas, com os filhos,
de mão dada,
para lhes ensinar os pormenores
uma primavera das flores
mais verdadeira e demorada
JFR

Fernando Pinto disse...

Olá amigo Luís! Adorei a imagem da nuvem...

Conheces este endereço?

http://olhares.aeiou.pt/grupos/aldrabas/

Tem lá muitas aldrabas, batentes, etc. É um grupo do Olhares!

Abraço

Elvira Carvalho disse...

É amigo. Enquanto o sonho dura, sempre temos esperança de um futuro melhor. E enquanto pudermos usar as urnas para trabalhar por isso vamos fazê-lo.
Um abraço.

marialascas disse...

Temos pelo menos o privilégio de saber que o Alentejo espera-nos sempre!