"Um Barco atracado ao cais é sempre um sonho preso"

domingo, setembro 27, 2009

O Novo Palácio do Picadeiro










Cliquem em cima das imagens. É soberba a paisagem que se vê do alto do Picadeiro em Alpedrinha...
Entre Jaime Cortesão e Alexandre Herculano, a surpresa que o Vereador da Cultura da Câmara Municipal do Fundão, Dr. Paulo Fernandes (e o Dr.Pedro Salvado) me fizeram: uns versos meus, nas paredes do Palácio do Picadeiro, agora com funções novas, e finalmente recuperado e visitável.
Ironia da História: Há uns anos atrás um poeta, que comprou casa na terra disse-me: "Agora sou o poeta residente!"
Todavia, é nas paredes do Picadeiro que aqueles singelos versos cantam - e eu não comprei , não tenho casa em Alpedrinha, embora todas as casas onde entro se abram para a minha alma...
Nunca estive em competição com os outros, apenas comigo, para tentar ser melhor.
Por isso achei absurda aquela frase...
No actual Picadeiro, a interacção virtual, a interpretação áudio-visual da transumância, uma selecção de textos escritos ao longo do tempo por vários escritores locais e nacionais (Eugénio de Andrade, por exemplo) e uma mostra da arte dos embutidos, são espaços para apreciar por aqueles que visitarem a "Sintra da Beira"...

E aqui fica o poema:

CHAFARIZ D. JOÃO V*

Sobre cacos peixes negros
Dançam na água familiar
Do velho chafariz
Tudo igual. E tão diverso.
Faltam os cavalos alados,
Uns olhos que nunca vieram...

Luís Filipe Maçarico
*Poema do livro "Vagabundo da Luz", editado pela Liga dos Amigos de Alpedrinha e pela Junta de Freguesia de Alpedrinha, 1997.

1 comentário:

mariabesuga disse...

Até sorri ao ler o teu texto. Aparte as fotos que estão fantásticas. Abri-as e pude ver maior e mais longe a vista do Palácio do Picadeiro e de como está o próprio palácio.

Mas sorri, dizia eu, porque assisti a essa conversa de que falas. A esse mesmo poeta coube-me algumas vezes dizer que para nós outros poetas que lá fomos, Alpedrinha és tu, Luís Filipe Maçarico. Nenhum de nós vai a Alpedrinha que não te tenha lá, sempre, muito, todo tu e o teu sentir e sentido. É inevitável. Até todos poderíamos comprar casas em Alpedrinha que nunca seríamos "os poetas de Alpedrinha". Mas meu amigo como sabes presunção e água benta... e cada um compensa-se do jeito que lhe é particular... melhor o teu jeito, pelos sentidos...

Jingã
Obrigada por ti que me levaste a Alpedrinha uma e outra vez.