"Um Barco atracado ao cais é sempre um sonho preso"

segunda-feira, maio 04, 2009

Esta tarde, em Lisboa, prometi amar-te


Esta tarde prometi
mostrar-te a Lisboa
que conheço.
Do outro lado da vida
onde imaginas
encontros suaves
e me pedes água
para a nossa sede,
a tua voz disse-me
que sim, que virás
para subir e descer colinas
saboreando
o sol, a luz branca
da minha cidade.
Esta tarde prometi amar-te
numa rua que pode ser bela
para os amantes perdidos
como nós, que ficámos
à porta do sonho
com a realidade a acontecer
no corpo de noites
inventadas...
Vais entrar na minha vida
como uma barca no Tejo
uma gaivota ao pôr do sol
uma andorinha buscando a casa.
Não, tu não és desse silêncio mortal
que esquece beijos
carícias
versos
afecto
futuro
e reprime o carinho
este sopro do ser sem medo
que o silêncio de granito
pulveriza em sombra...
Tu és a ousadia
que aprecio
e a melancolia
de uns olhos
que esperam
a manhã mágica
de acordarmos
pele com pele
lábios em lábios
mãos nas mãos
fazendo florir
a Primavera
no sexo.
Esta tarde prometi
que Lisboa será tua
no meu peito e a lua
um mar de saudade
em nossas bocas.

4 Maio 2009; 00:38

Luís Filipe Maçarico

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