Pelas olaias floridas
sei que é o tempo
das andorinhas voltarem
aos beirais...
tempo de escutar
a tua voz macia
e de sonharmos
o encontro.
quero aromas do sul
na tua pele ardente
línguas de terra
beijando mamilos orelhas
e o amor prometido
entre estevas e olivais
pinheiros rumores de mar
escrevendo os melhores poemas
com pernas entrelaçadas
lábios colados, braços ancorados
na fusão dos corpos
gulosos por ter mais tempo
para enganar a morte com o desejo
prolongando carícia e beijo.
Lisboa, 23-3-2009 15:00 e 21:35
Luís Filipe Maçarico (poema e fotos tiradas em Castro Verde/ miradouro de Nossa Senhora de Araceli
1 comentário:
Meu Caro Luis,
Este é um dos teus muito bons poemas, dos que conheço. Daqui, bem de longe, enquanto a Primavera apenas acontece no calendário, só te quero lembrar que nesta época do ano no nosso Alentejo (muito mais teu do que meu), já acordaram as violetas silvestres a anunciarem mais um recomeço da vida (que nunca se interrompe). Disso eu tenho a certeza absoluta. Lembro-me de, em Fevereiro, no quintal que também é um pouco meu, em Évora, mas muitíssimo mais da Maria Amélia e do Manel, assistir ao desabrochar dessas pequenas mas tão simbólicas flores.
Um abraço forte
JFR
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