"Um Barco atracado ao cais é sempre um sonho preso"

quinta-feira, março 05, 2009

Carta para o Meu Amor de Longe








Apareceste em Janeiro. As noites tornaram-se menos frias. O teu sorriso vencia os dias sem sol. Súbito, às sextas feiras, antes de partir para as aulas em Mértola, telefonávamos, trocávamos mensagens, a esperança chegava e dava-me força para vencer todos os obstáculos.

Um dia deixaste de aparecer no meu computador, amor virtual...
Procurei-te em tardes cinzentas, à beira da ria que é um tapete de magia para o teu olhar, entre moliceiros e lodo. Chamei por ti fitando as vagas alterosas do mar que deve saber de cor o teu nome sílaba a sílaba oferecido ao vento.

Amanhã começa o Segundo Semestre...
Parto mais pobre para o sul das amendoeiras em flor.
Sem ti e sem a boleia do costume, naquele automóvel que desbravava as estradas entre Santa Margarida do Sado e o Guadiana, entre amigos, a caminho da sabedoria.

Amanhã era bom que, subitamente, uma mensagem tua me devolvesse o sol da meia-noite roubado sem explicação.
Que no comboio para Beja os beijos voltassem a ser trocados e os dias se tornassem menos melancólicos.
Que a poesia não fosse mais necessária, para falar do júbilo e da ausência.
E brotassem palavras singelas, escritas pelos teus dedos, para partilhar sentimentos, emoções, desejos.
Será que ainda "adoras a minha atenção" e continuas a "esperar que nunca se venha a esgotar"?

Deita fora o silêncio, abre a clarabóia do teu sonho e mergulha numa página nova que precisa de ser escrita.

5-3-2009 23:46

Luís Filipe Maçarico (palavras e fotografias de Mértola)

6 comentários:

mariabesuga disse...

Não deverias ter deixado esta carta de Amor aberta a comentários que não o do Amor a quem se destina, deixando, apesar de tudo, em aberto a Esperança.

Não deverias ter deixado em aberto a porta das palavras de quem lê do fora de ti e não pode ter mais palavras para dizer. Não mais palavras que não sejam de Amor em resposta que não pode ser resposta por só pode ser resposta a do Amor a quem se destina.

Não deverias ter deixado outras palavras entrarem por aqui adentro para que se mantivesse imaculado o espaço entrada para resposta do teu Amor de longe.

Eu vim dizer Bom dia meu Amigo
Eu vim deixar um beijo meu Amigo
Depois de ler este texto apeteceu-me dizer-te_
-Apeteço-te Felizes todos os dias meu Amigo.
-Sabes que às vezes o Amor é um desencontro que se equilibra nos desacertos das palavras não ditas... Às vezes o Amor morre-se-nos nos sentidos e no olhar quando pensamos que já dissemos todas as palavras... Às vezes o Amor acontece-nos só no olhar e nos sentidos sem que precisem ser ditas quaisquer palavras... Às vezes, tantas vezes, o Amor troca-nos as voltas e põe-nos a vida de pernas para o ar, como que sem sentido...

(...)

Jingã, Luís
Belmi

rosa disse...

Meu amigo, o teu silêncio já me estava a despertar para algo, não sabia que era o amor que te rondava os sentidos.
Ao contrário do que o comentário anterior diz, eu acho que fizeste bem em expôres esse sentimento. Como tua amiga do coração te digo, vai em frente, procura, procura que ela há-de dar sinal, tu és um homem que mereces ser feliz, e vais ser tenho certeza.
Não desistas...
Aquele abraço da amiga certa
Rosa

mariabesuga disse...

Ao voltar aqui hoje, Luís, fiquei chateada comigo por ter um ou dois erros no texto que te escrevi.

No segundo parágrafo onde se lê "de quem lê do fora de ti", deve ler-se: de quem lê de fora de ti. E onde se lê "não pode ser resposta por só pode ser resposta", deve ler-se: não pode ser resposta por só poder ser resposta.

-Pronto! tudo no sítio...

Triste também por a Rosa Dias ter feito uma má interpretação do que eu te digo. Não te digo que não deverias ter exposto o que sentes, pelo contrário. Aliás, acho que sabes e entendeste o que o meu comentário expressa. Só senti tão tão profundos os teus sentimentos que "senti" que quaisquer palavras aqui deixariam um não espaço para "A resposta". Entendes, não entendes? Foi uma coisa de que seria quase sacrilégio...

Jingã
Belmi

Para a Rosinha um beijo que deixo aqui. Já deixei outros no espaço dela...


Ao contrário do que o comentário anterior diz, eu acho que fizeste bem em expôres esse sentimento.

isabel mendes ferreira disse...

meu muito querido Luis....cartas assim fazem tão bem ao coração....:)))

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cartas de marear a saudade .

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tomamos o tal café...quando os dias forem maiores????


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beijos muitos e muitos.

rosa disse...

Cartas de amor, quem as não tem?
Voltaram, ou melhor numca deixaram de existir, são elas as lembranças mais lindas desses momentos mágicos que passam por nós,como a paixão, amor, ilusão.
Aquele abraço da amiga Rosa
Olá minha amiga andas por aqui'
Beijinhos da Rosa

Manuel Silva disse...

Correr sem direcção, saltar, cair e voltar a correr, deixar o vento enrolado na chuva, bater nos olhos e escurrer pelo corpo mulhado que corre e corre.
Os pés não sentem, o corpo fica transparente e leve, absorves tudo o que trespassa a alma e começas a voar.

Vai ao encontro desse teu ninho e ajuda o passarinho a voar e a correr.