"Um Barco atracado ao cais é sempre um sonho preso"
domingo, março 29, 2009
Pátio das Laranjas
Pelo pátio das laranjas
diante do Guadiana
Sorvo o sol da tarde
no sumo de frutos luminosos.
Há vento e gritos de pavões
na paisagem e o silêncio
brilha nos potes caiados.
Se tivesses alma
partilhava contigo.
Começo a habituar-me
à contenção.
Não respondes...não reajes...
Para quê então falar-te
dos aromas mediterrânicos,
oferecendo-te versos de mel?
As águas do rio deslizam,
assim as horas no ponteiro
do relógio e os gestos
de cada dia.
Começo a esquecer-me
dessas palavras esfareladas
como espigas secas.
Começo a esquecer-me
do teu sabor a amora silvestre
que recusaste.
Começo a esquecer-me
de ti.
Mértola, 16:25 28-3-2009
Luís Filipe Maçarico
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2 comentários:
Está lindo o "nosso" Alentejo neste principio de Primavera. Como são belos os seus poemas. Um abraço.
Não há lugar neste nosso Portugal onde os poemas de amor façam mais sentido. E não importa se o objecto do amor é real é presente ou passado.
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