"Um Barco atracado ao cais é sempre um sonho preso"

quarta-feira, março 04, 2009

Espuma da Manhã








A tua presença
irrompe na espuma da manhã
no risco de asa que abraça o céu
nas formas perdidas
trazidas pela maré
nas rosas que não vi à deriva
sobre o areal desmedido
no pontão dos vultos sonâmbulos
nas palavras pegadas
no silêncio onde o teu retrato
se esfuma e as sílabas partilhadas
guardadas são relíquias e
se dissolvem como as gaivotas nas ondas
tão longe tão longe tão longe.

4-3-2009; 00:20

Luís Filipe Maçarico (poema e fotografias - Praia da Vagueira, Aveiro)

5 comentários:

oasis dossonhos disse...

Já te tinha dito que estes poemas que tens posto no blog estão do melhor que já escreveste?
Os retratos esfumam-se, os sonhos terminam as palavras são guardadas o silêncio permanece perpetua-se
mas há sempre uma côr no olhar.

ANA ISA

oasis dossonhos disse...

o poema está brilhantemente ilustrado

ANA FONSECA

jose filipe rodrigues disse...

bonito. Muito bonito.

mariabesuga disse...

Relíquia as sílabas partilhadas!
Esfumar-se-ão as palavras ditas para dentro ou ao vento, no silêncio; Nunca as palavras partilhadas.

Tão bonito o poema, Luís.

Jingã
Belmi

mariabesuga disse...

Ah e, de facto, lindíssimas também as fotos. São os teus olhos num apuro de sentidos...