"Um Barco atracado ao cais é sempre um sonho preso"

quarta-feira, fevereiro 15, 2006

Mértola, O Último Porto do Mediterrâneo




Santiago Macias o associado nº 100 da Aldraba, apresentou ontem o seu livro mais recente, na Sala das Colunas do Castelo de S. Jorge, acompanhado por muitos homens e mulheres deste país, que raramente temos o prazer de escutar nas televisões.
De entre as centenas de convidados presentes, destaco nove, para quem o Alentejo e a existência é sortilégio: Cláudio Torres, Miguel Rego, António Borges Coelho, José Mattoso, António Elloy, Nádia Torres, Isabel Macias, José Alberto Franco e Maria Eugénia Gomes.
"Mértola, O Último Porto do Mediterrâneo"
obra monumental, dividida em três volumes, é o resultado de duas décadas de trabalho estimulante no terreno, escavando um chão repleto de tesouros e de respostas para perguntas pertinentes, respostas essas que certamente também passaram pela observação e interpelação da peculiar forma de estar do povo.
Consequência de imensa pesquisa, inúmeras reflexões, intensos registos, este livro foi apresentado pelo vereador da Cultura da Câmara Municipal de Lisboa, pelo presidente da Câmara Municipal de Mértola, pelo orientador do arqueólogo, pelo director do Campo Arqueológico de Mértola e pelo autor, que de uma forma muito envolvente passou em revista o percurso que originou este documento fundamental para o conhecimento da bela terra do Baixo-Alentejo.
Terminou o investigador - que é, desde Outubro, vereador na Câmara de Moura - dizendo: "O futuro está à esquina".
Ficaram também na memória as palavras de Cláudio Torres, que reafirmou o empenho do Campo Arqueológico de Mértola no estreitamento de laços com os povos magrebinos, numa altura em que as portas que se foram abrindo estão agora a ser mediatizadas pelos piores motivos.
A magnífica exposição que este trabalho motivou, pode ser visitada entre as 9 e as 18horas, até 2 de Abril. Em Outubro esta mostra estará no Museu do Bardo em Tunis e em breve, com o apoio das Universidades de Huelva, Évora e Algarve, serão orientados cursos superiores no âmbito do estudo da cultura árabe.
O evento terminou com um beberete, que incluía um tinto excelente, acompanhado por espetadas de tâmaras com rodelas de banana, entre outras iguarias de chorar por mais, que desapareceram num ápice.
A lua crescia ao lado do castelo e apesar da noite fria e ventosa soube bem ser embalado pelas ruas de Lisboa, no regresso a casa, com estórias à mistura e uma grande satisfação por poder ter estado ali e ter convivido com amigos com quem sabe sempre bem partilhar as pequenas grandes coisas do quotidiano. Obrigado Santiago!
(fotos de LFM)

1 comentário:

augustoM disse...

Luís, estava convencido que o último porto do Mediterrâneo tinha sido Silves, agora fiquei baralhado.
Um abraço. Augusto