Dizer tristeza é dizer quase nada da revolta e da mágoa destes dias.
Eles esgrimem com estatísticas e sacodem a cinza da lapela. Eles, os políticos sem categoria, que cada vez mais detesto. Na sua discursata autista, eles não sabem nem sonham que com este falazar mais se enterram, perante um povo enganado.
As palavras dizem nada ou quase, perante a desmedida tragédia destes dias. As florestas que não tinham ardido em anos anteriores acabam de ser devoradas por fogos monstruosos que consumiram num ápice árvores, pessoas, casas e animais.
O "Público" de hoje publicou uma imagem patética, onde um homem muito velho aponta uma mangueira, entre cinzas e ruínas, numa aldeia do devastado interior portugês.
Quem escuta o choro dos anciãos sem abrigo, sem a companhia dos bichos, sem esperança, sem vida?Quem escuta o murmúrio das águas secas? E o silêncio de cinzas das árvores mortas?
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