"Um Barco atracado ao cais é sempre um sonho preso"

sexta-feira, novembro 11, 2011

Pútrida


Pergunto-me, quando é que os vampiros deste Processo Revolucionário de Empobrecimento em Curso, ficarão saciados.
Todos os dias há bombardeamento espiritual.
Não tenhamos dúvida que estamos a viver uma guerra: de intoxicação, de roubo de salários, e dos mais diversos apoios sociais, sucedendo-se os aumentos de tudo. Em Lisboa, até inventaram uma portagem, cortando uma rua ao meio, que só se consegue percorrer pagando a entrada num parque de estacionamento paralelo à rua, saindo-se no troço seguinte.
Todas as instituições têm inventado as formas mais escabrosas para sacar dinheiro.
O magnífico (que nome tão ridículo) reitor de uma universidade portuguesa, decidiu, dez meses depois do pedido de adiamento de um grupo de estudantes-trabalhadores, que obviamente não conseguiriam atingir o seu objectivo, com qualidade, em meio ano... A tese de mestrado que se tinham proposto apresentar, foi adiada um ano, mas com uma taxa de 1.200€, superior às propinas que tiveram de pagar cada semestre...
Como se a hecatombe não bastasse (os exemplos são infindáveis), o Cardeal Patriarca falou em fifty fifty, quando disse que a Igreja concordava com a extinção de 2 feriados religiosos (corpo de Deus e Assunção de Maria) se o Estado abdicasse de 2 feriados civis.
A sem vergonha das instituições já nem sequer se mascara com a hipocrisia. Não sou religioso, mas tento respeitar os que o são, embora por vezes, como é o caso, perca as estribeiras.
Então gastaram-se milhares de euros em comemorações oficiais do centenário da República, os próprios presidentes da República, da Assembleia da República, da Câmara Municipal de Lisboa e o Primeiro Ministro há um mês participaram numa cerimónia evocativa e eis que uma das moedas de troca é nada mais nada menos que o 5 de Outubro! Uma verdadeira palhaçada tudo isto. Como ter respeito por esta gentalha que assaltou os orgãos de decisão?
E que dizer da forma expedita como se querem descartar do 1º de Dezembro?
Mesmo não sendo um indefectível da ideia fascistóide, nacionalista (tão ao gosto de legionários, como Scolari) de sentir no pano de uma bandeira, a Pátria, pois sinto-me mais internacionalista, só me ocorre uma palavra: Pútrida!
E mesmo sendo outro palhaço, a Otelo, fugiu-lhe a boca para a verdade.
Luís Filipe Maçarico (texto e foto)

1 comentário:

Elvira Carvalho disse...

Mais um excelente texto Luis.
Não querem tantos feriados por causa das pontes. Pois então que sejam proibidas as pontes. Como Católica não posso estar de acordo com o feriado do Corpo de Deus. Este é um dos mais importantes marcos da nossa religião. Já o da Assunção de Maria é diferente, uma vez que cai num mês em que a grande maioria da massa trabalhadora está de férias e não influencia muito as diversas comemorações desse dia.
Um abraço e bom fim de semana