"Um Barco atracado ao cais é sempre um sonho preso"

terça-feira, abril 20, 2010

O DESASTRE








O povo português é como o borreguinho dentro das grades que a imagem mostra. Só quer é mamar na teta, haja maná (ou vinho) que "eles há que sabem"....
O dia a dia é pontuado pelos audiovisuais manipuladores: televisão, Internet na sua vertente Farmville, que afogam tensões, funcionando como paliativos contra o stress, adormecendo ou apagando a crítica, a participação cívica, a cidadania. Eu também jogo, mas continuo a ter consciência e a querer participar: na vida associativa, política, intelectual. Não me deixo apagar, as minhas convicções são fortes.
As obrigações laborais, para aqueles que ainda as têm, são feitas em viagem dentro de camioneta sem travões, com motoristas atrevidos que desconhecem a estrada , improvisando o percurso,às apalpadelas porque têm um cartão mágico de condottieri, obtido ali para os lados do Cano dos Ratos.
Alguns cães sabujam aos pés do dono, pois o que interessa é que pingue algum unto, até porque "eles podem fazer coisas menos bem mas até fazem qualquer coisa".
O Governo é um boi desatinado a urrar contra muros que ele próprio espalhou por todo o lado. As ruínas e os protestos são superados por discursos de opera buffa.
Acima de tudo isto, a entidade podre conhecida como União Europeia, que esmaga os pobres, em nome de uma sacro-santa-economia de ricos, asfixia e espezinha, mais e mais, com políticas anti-sociais, baseadas em interesses elefantisíacos do Capital, na praia da gula desmedida, dos escroques, dos interesses abomináveis dos patrões e seus capatazes que nos poleiros mediáticos enganam uma imensa massa acéfala, embalada com promessas de São Nunca e chinfrins de hinos ou cançonetas dos Quins do Reino.
Porque me roubaram os sonhos, porque fiquei muito pior quando me prometeram Democracia e Progresso e só me deram constrangimento, pesadelos, escravidão, deveres e obrigações em vez de direitos e fruição da vida da Liberdade, que eu ansiava, daqui deste meu blogue exijo que Portugal saia do Euro, pois quem lucrou com a extinção do escudo foram os chulos que puseram este país endividado, que recebem chorudas reformas, que fizeram grandes trafulhices e uma certa populaça oportunista que comprou andares, jipes, sem ter dinheiro para pagar. Pessoas como eu que não contraíram dívidas, que cumprem com as regras, que trabalharam no duro e se esforçaram do seu magro bolso para estudar e obter proventos honestos acabam por pagar uma crise que os sacanas provocaram.
Não foi para isto que o Povo saiu à Rua quando se abriram as Portas que Abril abriu.
Fora do Euro Já!
É mau viver sem o Escudo e ter de pagar com Euros não é a mesma coisa: é dependência, é humilhação e é a gradual perda de qualidade de vida. Caminhamos para uma Guerra de consequências monstruosas se nada for feito para estancar uma sangria impensável que não pára. Todos os anos sabemos de lucros pornográficos dos Bancos, de ordenados insultuosos de administradores que nos empurram para o Caos.
O Euro só interessa aos burocratas-paus-mandados de Merckl e quejandos, Socratinos e Barrosões...
Se Portugal não sair do Euro é o Desastre.
Os cães raivosos da especulação monetária, disfarçada de empréstimo caritativo (que até queriam que a Grécia pagasse a sua dívida entregando ilhas, território pátrio) estão cada vez mais a morder os calcanhares aos Pinhos e Cavacos, que não querem saber e fingem não ver o descalabro, porque para os poleiristas o que interessa é o Falsete Metálico da Gomes Teixeira entender-se com o Javali do Jardim das Flores de Sangue. Ou outras novelas de mau gosto, que depois acabam a meio, com ajudas preciosas de quem deveria ter outra postura... e salva de prestarem contas, aqueles que produzem sofrimento.
Era bom que pensássemos nisto e reagíssemos.

Luís Filipe Maçarico (palavras e imagens)

2 comentários:

Alor disse...

Indeed, meu velho Luís, mais que high time de sair dos Euro-fiascos - e também, já agora, de repensar todo o desígnio da cousa Tuga.

Grand'AbraÇalam Fuzeteiro - y Hasta Ya!

Graciete Rietsch disse...

Muito bem.
Um abraço.