No doce veneno
dos teus afagos
morri naquela noite
de solidão anunciada
vivo só de memórias
na ânsia de saciar
este fado de querer asas
Na inebriante agonia
dos sentidos
renasço em sonho
bebendo pela concha
das tuas mãos
longínquas
talvez mentira, talvez verdade
beijos carícias desejo ilusão
ir(real)
ser eu e tu um dia ou
numa hora a vida toda
ávido
ávido
lua terra nuvem saliva suspiro
solitude solstício plenilúnio
alga trevo tição
rio de lume
mar de luz
no estuário de todas as promessas
na estação das flores
perenes
no mel dos gestos
intocáveis
no sorriso matinal
imaginado
com melros e sol
no silêncio de uns lábios
colados
como se o mundo ficasse suspenso
entre uma e outra estrofe
do poema subitamente
sílaba vírgula ponto respiração
feliz.
4-4-2010; 10:15
LUÍS FILIPE MAÇARICO (poema e fotografia)
2 comentários:
Lindo!
Lembrei-me de como me sinto no àrido topo da montanha olhando o distante vale luxuriante...
Ponto de respiração
Excelente amigo
Abraço
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