"Um Barco atracado ao cais é sempre um sonho preso"

sexta-feira, novembro 20, 2009

Nádia, a artesã sorridente











Sobre o rio, em socalcos, o espaço apela à memória e ao sonho.
Saboreia-se o ar, que as cegonhas procuram, quando o tempo aquece.
Nádia tem ali a sua oficina.
Um destes sábados, a música empolgada de um clássico envolvia as oliveiras. E as esculturas que esperavam o vento.
Nádia surge. Sorriso de menina, com luz e sombra no olhar.
José Gomes Ferreira escreveu um dia que viver sempre também cansa. Mas Nádia é uma resistente, corre-lhe nas veias o sangue dos que ousam enfrentar as tempestades ou o marasmo.
Nádia insiste, agora neste espaço onde se entrelaçam estrelas e mitos. Silêncios e aromas.
Nádia floresceu por estas ruelas, trilhando o caminho da partilha de saberes criativos, soltando asas esplendorosas.
E aceita ficar na fotografia, antes de voltar aos materiais que lhe contam estórias.
Nádia, rosa de mel, no sol do sul.
Procurem-na neste território mágico, encontrem-na e falem com uma das mulheres mais luminosas que conheço. Apreciem o talento, a sensibilidade, a arte de Nádia Torres, a artesã sorridente de Mértola.

Luís Filipe Maçarico