"Um Barco atracado ao cais é sempre um sonho preso"

domingo, julho 16, 2006

Beirute


Beirute está debaixo de fogo. Gente como eu e o/a leitor/a uma vez mais é varrida deste mundo num abrir e fechar de olhos pelo exército de um Estado que nasceu, na sequência do holocausto.
Não vou repetir o que todos os comentadores estão neste momento a dizer. Apenas que como cidadão deste planeta me sinto solidário e impotente para com o povo inocente do Líbano e pessoas como ZIZOU, tunisino de Jerba a viver em Beirute.
Há dias no msn Iskander, tunisino que vive em Madrid contava-me que tinha ido a França ao casamento de um amigo com uma francesa e que o padre (casaram-se numa cerimónia católica, numa igreja) desafiou o noivo para se ler, durante a cerimónia, passagens do Corão acerca do matrimónio. Foi Iskander quem leu o Corão, na igreja e partilhou esse evento, emocionado, no seu blogue, louvando a tolerância do padre.
Sabemos porém, por todos os sinais que nos chegam diariamente, que o mundo está a ficar um lugar cada vez mais violento e intolerante, perigoso.
Esta noite sou libanês, iraquiano, palestiniano...solidário com o sofrimento que não consigo imaginar, de tão insuportável que deve ser, uma vez que os árabes destes territórios enfrentam desde há anos constantes ataques ao essencial da vida humana.
E não há lágrima real ou metafórica que compense o que falta.
Restará uma esperança ténue, deste terrível pesadelo acabar como começou... Inch'Allah!
(texto e foto de LFM: Março 2006, Café da medina de Tunis)

1 comentário:

Pete disse...

Infelizmente os conflitos no Médio Oriente têm tendência a propagar-se e não a acabarem. As divergências são grandes e certos fundamentalismos por parte de grupos que fomentam esse sentimento na população ainda pioram as coisas. Esperemos que com o tempo a população consiga impor-se e fazer que a paz chegue.

Um Abraço e boa semana,

Pedro Gonçalves.