"Um Barco atracado ao cais é sempre um sonho preso"

sábado, novembro 19, 2005

Associados da Aldraba Reunem Com Autarcas de Aljustrel para Preparar Centenário do Nascimento de Adeodato Barreto






Durante a manhã de sábado 19 de Novembro, além da visita ao Museu de Aljustrel, dirigentes da Aldraba-Associação do Espaço e Património Popular, acompanhados por membros do Grupo de Trabalho Adeodato Barreto, reuniram com o presidente da Junta de Freguesia de Aljustrel.
Foram apresentadas várias perguntas e sugestões, com o objectivo de se concretizar uma evocação do goês de Margão, nascido há cem anos, no dia 3 de Dezembro, que exerceu o notariado na vila mineira no início da década de 30 do século passado, cativando a população operária da mina e a juventude, pelo seu altruísmo, nomeadamente na alfabetização dos homens toupeiras, na difusão do esperanto entre os mais novos, na edição de um jornal -"Círculo"- na participação associativa e na ajuda aos pobres, criando uma sopa para os desvalidos, em tempo de fome.
Poeta, pedagogo, por ter ideias avançadas para o seu tempo, foi perseguido, porque tudo o que era diferente do estabelecido era considerado comunista.
Em 8 anos, na década de 20 Adeodato completou 3 cursos superiores na Universidade de Coimbra.Correspondendo-se com Tagore e Romain Rolland, Adeodato funda com o aplauso destes, um Instituto de Cultura Indiana e preside ao Grémio Republicano proferindo conferências.
A sua obra póstuma encontra-se reunida no volume "O Livro da Vida".
Corroborando a antropóloga Sónia Frade, em tão pouco tempo fez tanto!
Kalidás Barreto, ex-sindicalista e deputado da Constituinte, é filho deste homem e a Aldraba vai em breve promover um jantar em local a indicar, para evocar a personalidade fascinante que é Adeodato Barreto, modelo de tolerância e humanismo, de encontro feliz com o Outro, estabeleceu, pela inteligência e sensibilidade, uma ponte cultural entre Oriente e Ocidente, que nestes dias de incomunicabilidade vale a pena conhecer melhor.
A Aldraba quer dar o seu contributo no sentido de difundir por mais pessoas a memória deste luso-goês exemplar...
Com autarcas, professores e descendentes dos discípulos de Adeodato.
De referir que este grupo visitou ainda Ervidel integrando-se nas festividades da VIN&CULTURA, desfrutando de vários momentos de cante, petiscos e provas do néctar dos deuses, no belo ritual pagão de celebrar Baco, entre amigos, no aconchego das adegas e das conversas.
(fotos de Luís Maçarico e Luís Ferreira)

10 comentários:

Manuel Silva disse...

Homens raros, mas que existiram. Prova daqueles que também foram ensinados e que fizeram questão de o dizer, transmitindo a sua sabedoria, esforço, dedicação e empenho, que num contexto difícil social, não renunciou da luta por convicções e capacidades insólitas.
Mais uma vez a ALDRABA promove valores lindíssimos que eu próprio me orgulho de poder participar. Agradeço aos órgãos do cume da pirâmide (se assim posso dizer?) de todo esse empenho que trás aos nossos tempos uma beleza diferente e inédita.

isabel mendes ferreira disse...

olá "HERÓI". BEIJINHOS.....DISCRETOS.

Anónimo disse...

Estás em todas És o maior...
Vai a http://morcegosdoasfalto.blogspot.com/ e vê as nossas noites malucas.

Um abraço aqui da malta..

isabel mendes ferreira disse...

Eu sei Luis, eu sei que TU sim és um Amigo. Meu amigo. de sempre. de outros tempos. de outras "casas" de outras causas...estamos sempre a aprender. mesmo que por vias mais tortuosas e tristes...mas a vida continua. para lá da Net. e tu tb. e eu tb. enquanto estivermos vivos. Bjos. Estes sinceros.

augustoM disse...

E depois o melhor da festa no aconchego das adegas, junto ao altar de Baco, provando é modéstia, o néctar dos deuses e os petiscos dos mortais. A conversa, essa vais avançando à medida que o nectar escorre.
Um abraço. Augusto

Anónimo disse...

O que são "responsáveis" da Aldraba? Os sócios da Aldraba que não são dirigentes são "irresponsáveis"? Isto, desculpem-me a franqueza, é mais linguagem de centralismo democrático (que, pelo que li, não consta dos estatutos) do que um falar de uma associação cultural. E não terem falado em "controleiros" foi mera sorte do acaso semântico? O Sócio Nº 84.

oasis dossonhos disse...

Sr.anónimo/nº 84:
Bem haja pelo zelo, relativamente à palavra dirigente. Acredite que nunca me passou pela cabeça, precipitar para um antro de víboras uma centena de pessoas, acorrentadas aos desvarios de um grande educador.
Nas informações prestadas aos associados(gosto mais desta palavra, se me permite a franqueza,sócios são das sociedades por quotas,malta com dinheiro,negociantes,o que não é o meu caso que sou pelintra e vagabundo)nas informações, dizia,temos tentado manter os associados a par da realização das iniciativas, decorrentes de um plano prévio de actuação,proposto aos associados em Assembleia-Geral fundadora e por todos sancionado.
É pena que numa palavra, pelos vistos traumatizante para uns, mas tão normal para outros, se concentre e se esvazie o conteúdo de um desempenho.
A palavra foi emendada. Espero que o resto não lhe mereça dúvidas...
Ah! Como fui o autor do texto,excepcionalmente publicado em simultâneo aqui e na "Aldraba" também lhe respondi, sem fazer coppy past,lá no blogue da aldraba.

Cumprimentos
L.

oasis dossonhos disse...

emendo copy paste

Anónimo disse...

Também eu lhe respondi, no meu preceito e maneiras de transmontano, lá no blogue do Aldraba. Registo a diferença de tom e conteúdo que utilizou entre aqui e lá. Quanto á Aldraba, pela sua fala autoritária como Presidente, género Caudilho, nada mais tenho a ver com ela (a nobre Associação). Aqui, no seu blogue pesoal, e porque aqui usou outra forma de falar, confirmo que a estima pessoal se mantém como sempre foi - de simpatia e camaradagem. O melhor para si e para os seus projectos. Saudações. João Tunes (e ex-associado nº 84 da Aldraba)

Anónimo disse...

PS - Mas reconheça que mentiu quando disse que me insurgi com o termo "dirigente" (contra o qual nada teria a opor). Reagi, sim, ao uso do termo "responsáveis" para designar os dirigentes da Aldraba. Esse, sim ("responsável"), é um termo conotado e datado, vanguardista, na mesma linha programática de falsificar a minha crítica para a poder demerecer. João Tunes