"Border-Crossing as a
Tourist Experience in the Spanish-Portuguese Border", é um artigo de
María Lois and Heriberto Cairo, da Facultad de Ciencias Políticas y
Sociología, da Universidad Complutense de Madrid, onde o Museu do
Contrabando de Santana de Cambas se apresenta, nas páginas 18-20 do PDF
daquele estudo, que aqui partilho.
Também Maria de Fátima Amante, no artigo "Das fronteiras como espaço de construção e contestação identitária às questões da segurança", publicado na revista Etnográfica (2) de 2014, páginas 415-424, se refere ao Museu de Santana de Cambas. Diz esta autora, que "Igualmente relevante neste processo foi a criação dos museus do contrabando, de que são exemplos o Museu do Contrabando e da Emigração em Melgaço, ou o Museu do Contrabando de Santana de Cambas (Mértola), que, num registo discursivo diferente, cumprem o mesmo objetivo de representação da cultura e identidade das zonas de fronteira e dos que aí vivem ou viveram, numa estratégia claríssima de diferenciação relativamente aos seus pares nacionais. Estes discursos de si são obviamente inseparáveis da fronteira e da sua existência, o que, de uma certa forma, contraria o discurso político que, desde os anos 90, vem enfatizando o desaparecimento da raia luso-espanhola em nome de um novo projeto de relação nas zonas raianas: o da cooperação transfronteiriça. O modo como os raianos conceptualizam a cooperação está distante deste modelo político, europeu: preferem falar da relação social, da amizade de décadas que os liga aos seus vizinhos e da solidariedade que, em momentos específicos, como o da Guerra Civil espanhola, os aproximou ainda mais."
http://etnografica.revues.org/3770
Também Maria de Fátima Amante, no artigo "Das fronteiras como espaço de construção e contestação identitária às questões da segurança", publicado na revista Etnográfica (2) de 2014, páginas 415-424, se refere ao Museu de Santana de Cambas. Diz esta autora, que "Igualmente relevante neste processo foi a criação dos museus do contrabando, de que são exemplos o Museu do Contrabando e da Emigração em Melgaço, ou o Museu do Contrabando de Santana de Cambas (Mértola), que, num registo discursivo diferente, cumprem o mesmo objetivo de representação da cultura e identidade das zonas de fronteira e dos que aí vivem ou viveram, numa estratégia claríssima de diferenciação relativamente aos seus pares nacionais. Estes discursos de si são obviamente inseparáveis da fronteira e da sua existência, o que, de uma certa forma, contraria o discurso político que, desde os anos 90, vem enfatizando o desaparecimento da raia luso-espanhola em nome de um novo projeto de relação nas zonas raianas: o da cooperação transfronteiriça. O modo como os raianos conceptualizam a cooperação está distante deste modelo político, europeu: preferem falar da relação social, da amizade de décadas que os liga aos seus vizinhos e da solidariedade que, em momentos específicos, como o da Guerra Civil espanhola, os aproximou ainda mais."
http://etnografica.revues.org/3770
Os presidentes da freguesia (PS) que
sucederam ao autarca (CDU) que criou o
Museu, (Parabéns, José Rodrigues Simão
pela obra que deixaste em Santana de Cambas! ) apesar do espaço ter sido apoiado por fundos europeus, resolveram
- sob o pretexto do edifício novo, onde a autarquia funcionava segundo
eles não ter condições - ocupar as salas do museu para aí instalarem a
Junta.
É com vergonha que vejo um espaço museológico, que desperta
interesse e trabalhos de investigadores nacionais e internacionais, ser
assim destratado.
A memória identitária e o património colectivo, não
são honrados, por autarcas de facto eleitos, mas que demonstram
ignorância, em vez de valorizar este importante legado, anunciado com
imagens dos primeiros tempos da sua existência, no site do Turismo do
Alentejo, entre outros...http://paperroom.ipsa.org/papers/paper_14882.pdf
(Texto e recolha de Luís Filipe Maçarico. Fotos da Net.)
4 comentários:
Muito mal anda a cultura neste país.
Um abraço e uma boa semana
Mas as pessoas continuam a eleger esses burricalhos que lhes dão apenas pão e circo.... José Rodrigues Simão, a tua obra jamais será olvidada pelas pessoas de bem.
Aos outros, os talibroncos, apenas isto fica da sua herança boçal:
"Cultura delenda est", tal como o foi Cartago.
Sem memórias não existem amanhãs
Abraço amigo
Sem memórias não existem amanhãs
Abraço amigo
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