Na página 46 do 'Público' deste sábado,
Pacheco Pereira escreveu que "Contrariamente ao que se diz, não é o
"melhor de nós" que vem ao de cima com a crise, mas sim o pior de nós.
Estamos a ajudar a criar uma sociedade maldosa, profundamente
dividida, oscilando entre rancores e egoísmos, afectada mais do que
nunca pelos efeitos desse velho provérbio de pescadores que diz que o
peixe apodrece pela cabeça (...) cada um contra o outro, mesmo quando a
condição de cada um é a mesma do outro. (...) Os jovens são instigados a
voltarem-se contra os velhos, pensionistas e reformados. (...) Os que
ganham 900 euros apontam o dedo aos que ganham 1000 euros. Uma inveja
social mesquinha e corrosiva perpassa tudo e todos. (...) O vírus da
intriga e da divisão sempre foi a melhor garantia da intangibilidade do
poder."
Consultando a rede social, conhecida como Facebook, tenho a confirmação, visitando uma e outra e outra
página. Assustadora, a sombra da Inquisição e de um carnívoro populismo, em certas opiniões...
O medo não é tanto do futuro, mas das pessoas sonâmbulas, que nos rodeiam, que não participam nos movimentos sociais (sindicais ou independentes), ou até de algumas, que vão para a rua manifestar-se, mas que não se precatam, na sua sanha contra a corrupção, de mostrar as garras implacáveis, do mais perigoso reaccionarismo, misturando tudo, atacando até no seu ódio cego e histeria descontrolada, aqueles que são solidários ...o meu receio é daquilo que essa gente é capaz, para que todos fiquemos nivelados por baixo...
Luís Filipe Maçarico (Texto, recolha e foto)
3 comentários:
Esse é também o meu medo! Verdadeiramente assustador. Tudo tão mesquinho, tão desprovido de solidariedade verdadeira, mas muito prontos para através da caridadezinha tentarem que lhes perdoem os seus imensos pecados. Detesto toda esta hipocrisia!
Tens toda a razão
Tens toda a razão
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