Sou uma semente lançada
ao deserto.
Perdido, invento a gota
de água para ganhar asas.
Sou uma raíz de sedes
a germinar no território do nada.
Esquecido, resisto e bebo a força
que guardo na alma.
Solto sonhos, teimosamente.
Acredito ainda num sorriso
que vai chegar e devolver-me
a vida que me roubaram.
Poema de Luís Filipe Maçarico, escrito em 14-9-07 (13h 40m); Fotografia de Sónia Frade
3 comentários:
A sede nem sempre é sinal de debilidade, é a sede que nos move para alcançar um objectivo, nem que seja a de saciá-la. Muito bonito o poema!
bjs
Ana
Simplesmente Lindo, este poema!!!!
Cristalino... és tu e a tua existência, uma semente que tem raízes fortes e audazes, contra as barreiras que a vida nos vai trazendo, mas que tu tão bem sabes ultrapassar, um resistente, com uma alma imensa e um sorriso verdadeiro, daqueles que nos cativam...
Nas asas do teu voo muito se aprende e ninguém te esquece...
Beijo
Eu também "Acredito ainda num sorriso", amigo Luís!
Os teus versos são lentes que fotografam os sentidos...
Abraço de quem gosta muito de passear por estes teus desertos cheios de vida, de sentido...
FMOP
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