Confesso que cheguei a pensar que vale tudo.
Por vezes duvido desta Democracia repleta de contradições e sombras.
Ao longo das últimas décadas, vozes de referência invocaram "O Supremo Interesse da Criança", tais são os riscos que estas correm numa Sociedade em que tudo é espectáculo.
Com a aberração "Supernanny" a corda foi esticada, criou-se uma situação perigosa.
Pais sem escrúpulos e um público sem espírito crítico, justificaram que a SIC considerasse ser dona disto tudo.
Recordo Liliana, a mãe cabo-verdiana a quem foram retirados sete crianças, por se recusar a laquear as trompas (tinha dez filhos).
Ao que parece, os pais das crianças que apareceram nos dois e felizmente únicos programas da idiota "Supernanny", estavam a ser indiciados pela Segurança Social pois recebiam dinheiro pela exposição dos filhos.
A Justiça, por vezes burocrática e lenta (veja-se o caso da senhora alvo de violência familiar que se queixou às autoridades, sendo assassinada no mês seguinte) reagiu bem, repondo a confiança do cidadão atónito, mostrando que não vale tudo.
Neste caso, sobrepôs-se à mercantilização da pobreza espiritual "O Supremo Interesse da Criança"!
Luís Filipe Maçarico
(texto e imagem)
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