"Um Barco atracado ao cais é sempre um sonho preso"

quarta-feira, janeiro 25, 2017

As Contradições do Museu do Neo-Realismo

Há dois domingos desloquei-me a Vila Franca de Xira, ao Museu do Neo - Realismo, com Amigos à procura de Ferreira de Castro, o autor português mais traduzido. Com livros que se inscrevem, sem dúvidas, no movimento neo-realista. 
O Museu é omisso. E na passagem dos cem anos do nascimento do escritor, nem sequer um painel evocando a sua caminhada pessoal e literária. 

Por outro lado, a exposição permanente parece ter sido concebida, não para todo o público, mas apenas para investigadores, críticos de arte e professores. 
Disse e bem, o meu amigo Rodrigo Dias, que devia haver passagens dos livros que estão destacados, para os menos eruditos poderem conhecer os autores. Por exemplo: A capa dos "Esteiros", de Soeiro Pereira Gomes, desenhada por Álvaro Cunhal integra o espólio visitável. Mas falta um excerto do romance, para quem nunca leu saber como ele escrevia. Os jovens leitores teriam muito a ganhar se a exposição fosse reformulada... 
Num sítio que evoca a discussão entre forma e conteúdo, a arquitectura domina e o resto é um vazio salpicado pelo conhecimento que só abrange alguns...
Valia a pena quem dirige o Museu repensar e superar esta contradição.

Luís Filipe Maçarico (texto e fotografias)

1 comentário:

Elvira Carvalho disse...

Ferreira de Castro? Estive na Casa Museu em Sintra há dois anos.
Abraço