Há dois domingos desloquei-me a Vila Franca de Xira, ao Museu do Neo - Realismo, com Amigos à procura de Ferreira de Castro, o autor português mais traduzido. Com
livros que se inscrevem, sem dúvidas, no movimento neo-realista.
O Museu
é omisso. E na passagem dos cem anos do nascimento do escritor, nem
sequer um painel evocando a sua caminhada pessoal e literária.
Por outro lado, a exposição permanente parece ter sido concebida, não para todo o público,
mas apenas para investigadores, críticos de arte e professores.
Disse e
bem, o meu amigo Rodrigo Dias, que devia haver passagens dos livros que
estão
destacados, para os menos eruditos poderem conhecer os autores. Por
exemplo: A capa dos "Esteiros", de Soeiro Pereira Gomes, desenhada por
Álvaro Cunhal integra o espólio visitável. Mas falta um excerto do
romance, para quem nunca leu saber como ele escrevia. Os jovens leitores
teriam muito a ganhar se a exposição fosse reformulada...
Num
sítio que evoca a discussão entre forma e conteúdo, a arquitectura
domina e o resto é um vazio salpicado pelo conhecimento que só abrange
alguns...
Valia a pena quem dirige o Museu repensar e superar esta contradição.
Luís Filipe Maçarico (texto e fotografias)
1 comentário:
Ferreira de Castro? Estive na Casa Museu em Sintra há dois anos.
Abraço
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