Nascido em São Bartolomeu de Messines em 8 de Março de 1830, João de Deus é um dos nossos poetas imortais.
Dedico o seu poema A VIDA, a Rosa Nascimento, algarvia também e Amiga
criativa, que neste momento em que escrevo, completa anos de vida,
rodeada pelos filhos e netos (com abraço ao Eduardo Nascimento) na apertada curva da doença e da velhice, que não devia ser tão pesada.
Partilho igualmente com o Fernando Duarte, seu irmão Mário e sua mãe Berta, estas palavras, face à perda recente do seu pai.
Na sabedoria popular, o Outono é este tempo em que as folhas caiem das árvores e a par delas muitas vidas se extinguem.
A todos os que perdem os seus entes queridos faço esta reflexão comovida, com a ajuda do poeta: A VIDA
A vida é o dia de hoje,
A vida é ai que mal soa,
A vida é sombra que foge,
A vida é nuvem que voa;
A vida é sonho tão leve
Que se desfaz como a neve
E como o fumo se esvai:
A vida dura num momento,
Mais leve que o pensamento,
A vida leva-a o vento,
A vida é folha que cai!
A vida é flor na corrente,
A vida é sopro suave,
A vida é estrela cadente,
Voa mais leve que a ave:
Nuvem que o vento nos ares,
Onda que o vento nos mares,
Uma após outra lançou,
A vida – pena caída
Da asa da ave ferida
De vale em vale impelida
A vida o vento levou!
João de Deus "Campo de Flores"
Ecos do Encontro temático em Campo Maior
Há 4 dias
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