Perguntando-me de onde viera a avalanche de TUC - TUC, esses medonhos e minúsculos carros abertos, que parecem saídos de um pesadelo, pela poluição sonora e visual que causam, um amigo lembrou-me visões similares na Índia.
Lisboa ficou de repente ao nível do pior do 3º mundo, com manadas de turistas, mais interessados em recolher meia dúzia de imagens e selfies para dizerem que estiveram por cá.
Fazem-me lembrar, esses turistas de meia-tijela, a postura de uma professora de matemática, que conheci há muitos anos, a qual coleccionava tapetes e souvenirs dos países que visitara, nas paredes da casa, viajando com requintes de pé descalço, poupando no comer (sentava-se à mesa e comia da refeição daqueles que acompanhava) e dormindo em esterqueiras, para gastar o mínimo e depois poder regatear, com o muito que sobrava...
A maioria dos turistas, que invadem Lisboa,
incomodam-me, pela forma como interagem com a cidade.
Encavalitados nos odiosos veículos chungas, que não foram regulamentados e se multiplicaram, como
cogumelos, interferindo de forma negativa
com a vida da população, olham para os nativos e o território com alguma sobranceria. Evitando o contacto inter-pessoal, sempre tão rico para a partilha cultural.
Uma cidade com colinas e uma desmedida riqueza
monumental, é para ser calcorreada....
Nessas dezenas ou centenas de triciclos de bairro da lata, desliza um comodismo idiota, que ignora o que é conhecer e
saborear a essência dos lugares mágicos...
Quando será que a Câmara Municipal põe ordem nesta fealdade e na caótica bagunça, que polui e insulta a inteligência? Se isto é promover o património, vivam os calhaus!
Luís Filipe Maçarico
1 comentário:
Uma critica pertinente e muito acertada.
Um abraço e uma Santa Páscoa.
Enviar um comentário