Escritora fraterna, num gesto romântico de amizade e admiração, propôs que um poeta integrasse o núcleo, onde se reúne uma quantidade de intelectuais, muito conscientes do seu papel na Sociedade, reuniões essas conduzidas por um suposto conhecedor da obra e valor humano, de cada um dos intervenientes, que prontamente revelou que o novo proposto teria granjeado o rótulo de incumpridor, porque costuma estar muitas vezes fora de Lisboa (será que os escritores do grupo são paralíticos?) não se podendo contar com tal pessoa...imagem certamente passada por algum espírito santo de orelha benfazejo...
Quando a entusiástica proponente lhe explicou que o proposto até tinha obra, livros de poesia, o tiranete mostrou o seu incontestável conhecimento: Mas ele não é da área das Ciências Sociais?
Nunca a ideia de inconseguimento teve tão boa aplicação, como neste caso.
O nosso tempo é pródigo, em julgamentos e punições dos supostos "incumpridores", abundando Inquisidores.
É assim nas amizades, subitamente reveladas precárias. É assim em serviços camarários, onde os não eleitos exacerbam poderes, que não lhes cabem, investindo contra os funcionários que não são capachos, humilhando quem se destaca pela produção de trabalho, acarinhado pela Comunidade...
Pena que, além de saberem pouco, uma parte dos que desempenham tarefas de coordenação, desconheça em absoluto o que os outros são e eventualmente realizam, ajudam a organizar e/ou onde participam.
Se o candidato reprovado, andou a colar cartazes da instituição, que também alberga ignorantes, como o douto controlador, que importa isso?
Se o candidato reprovado participou no 25 de Abril de uma terra transmontana, onde se realizou um almoço de democratas, que interessa tal ninharia?
Se o candidato reprovado participou na preparação de festivo almoço, numa escola da sede do distrito a norte, com o secretário geral da instituição, que entende o incisivo fulano, dessas atitudes de afecto, pela causa, da qual o mentecapto pensa ser o mais fiel seguidor?
Mesmo quando o candidato reprovado apresenta palestras ou comunicações, nos
mais diversos eventos e de algum modo transporta consigo uma forma de
ver a Sociedade, contribuindo dentro da sua pequena escala, para a transformação social, a criatura desconhecedora apenas sabe vomitar juízo(s) espúrios.
As práticas são decisivas, não basta ter um cargo, qualquer que ele seja.
Com o devido respeito pelos cidadãos de mérito, que integram o tal grupo pensante, sinto-me bem como sou e onde estou, porque foi comigo que se passou esta avaliação e nunca pretendi fazer parte de uma loja de vaidades...
Nunca trabalhei para o penacho, dei muitos anos da minha vida, em prol da entreajuda e assim penso morrer, sem rupturas, nem desatinos, mas também sem aceitar a estupidez e a prepotência de burgessos, que se julgam donos do pensamento e com o direito de aquilatar e execrar, aqueles que seguramente já fizeram mais do que eles, em termos de mudanças sociais, pela influência que podem ter no companheirismo associativo e na vivência colectiva.
Discretamente, sem me meter em bicos dos pés, nem berrar com altifalantes, cheguei aqui, sendo afinal os carimbadores, aqueles que mais depressa se passaram para o outro lado da barricada.
Já vi tanto traidor, ao longo da minha caminhada tentar ser mais papista que o papa e depois amochar na mais vil chico esperteza, que estou cá para assistir ao mergulho na lama do medíocre.
Fundei muitas associações, fui associado de bastantes e ainda desempenho tarefas de responsabilidade, em algumas, mesmo em Comunidades donde não sou natural.
Tenho orgulho no meu percurso.
Que sabe essa gente de ter passado fome, de ter vestido a roupa de adultos na adolescência, de andar nas obras, de ter varrido ruas, de ter frequentado, sem favor, três Universidades/Três Cursos Superiores, de nunca ter subido na vida à custa de cartões de sócio de qualquer instituição, nem cunhas e de ter dado a cara por imensa coisa, com o brio da competência e conhecimentos, que não me envergonham?
Que prodigioso curriculum terá a ditosa personagem, para ter sido incensado em supremo decisor nas tais reuniões de intelectuais? A exemplo das chefias, que me classificaram, a seu bel prazer e me tentaram amachucar, por causa da inveja feroz e letal, que não escondem,o citado senhor sem importância manipula...
Ainda bem que nunca tive tiques de vedeta e jamais me acamaradei com semelhantes bostas mentais. Sempre me meteram nojo estes infiltrados nas autarquias, em partidos, nas empresas que vivem à tona, destilando veneno.
Ainda bem que não me sinto intelectual, como esses que se deixam subjugar por um xerife de vão de escada.
E se as aberrações que originaram este meu desabafo se sentirem atacadas, então que se queixem ao Totta, que é para o lado que durmo melhor.
Ao contrário deles e como Pessoa tenho em mim todos os sonhos do Universo.
Eles nem sequer conseguem ter a qualidade da merda que a raça arouquesa deixa sobre as pedras da calçada das ruas de Moura Morta.
Luís Filipe Maçarico ( antropólogo e poeta )
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