"Um Barco atracado ao cais é sempre um sonho preso"

sexta-feira, agosto 08, 2014

Avalanche de Cantores Tugas, que Arremedam o Inglês Para Ganharem o Pão para a Boca

Não me lembro de ter abordado, em artigo anterior, o assunto que hoje me faz publicar nova opinião.
Trata-se da impetuosa corrente, do linguajar em inglês, presente nas nossas rádios. 
Como se tivesse sido derrubado um dique, guardador do lago - refúgio dos trovadores, amantes da fala da pátria da rainha Isabel...
São mais que as mães e cospem uma mixórdia, linguajada/uivada, que deixa embaraçado quem estudou inglês...

Honra e excepção para a Antena 1, que privilegia espaços de música portuguesa, geralmente com qualidade, seja nos programas e rubricas de referência, como é o caso da Alma Lusa, de Edgar Canelas, do Viva a Música ou dos Cantos da Casa, de Armando Carvalheda, Os Dias Cantados, cuja primeira série esteve a cargo de Viriato Teles...

Todavia, há pouco escutei um jovem empreendedor (debitando uma enxurrada de clichés, na língua mãe do grande colonizador, cuja associação também tem nome estrangeiro), tropeçar na nossa língua e vomitar uma "partilhação"...
Será que a culpa vem dos erros ortográficos dos professores contratados?

Entretanto, vale a pena relembrar que, a par da invasão de novos fadistas, também surgiu uma avalanche de cantores, mais ao menos jovens, que usam/arremedam o inglês, para ganharem o pão para a boca.
Tenho dúvidas, que a pronúncia destes/destas nóveis gorjeadores/gorgeadoras, algumas fanhosas, outras pastosas, - parece que têm o nariz entupido, ou a boca cheia de milfolhas,- esteja de acordo com o idioma, que escolheram, para cantarolar as suas dores de corno.

Aliás, conta-se uma saborosa anedota, a propósito de um dos cantores, nascidos em Portugal, mas que se exprime, insistentemente, em termos musicais, na língua de Shakespeare.
O rapaz, após gravar um disco, contactou uma produtora discográfica em Inglaterra...
O director escutou os temas, atentamente, e no final comentou: "Meu caro, você até tem uma voz agradável, mas esta língua...em que língua está o senhor a cantar?"

Eis o que acontece a quem pretende sobressair. Quando se trepa, em velocidade alucinante, a queda pode ser aparatosa. 
Por isso, deixem-se de pavonismos, ò moços empreendedores e mocinhas canoras!
É que não se percebe a vossa pronúncia, parola - pseudo - british. 
Será que se cantassem em português, teriam alguma coisa para dizer, diferente dos outros?
Não há pachorra para este folclore do ridículo.

Luís Filipe Maçarico
(texto e imagens)




2 comentários:

Mar Arável disse...

Na verdade

Abraço

Mar Arável disse...

Na verdade

Abraço