Dias disto, dias daquilo.
Da Mãe e do Pai, para dar a prendinha aos ditos cujos e o comércio vender mais uns produtos alusivos.
Dos Vizinhos e dos Amigos. Dos Namorados. Da Criança. Dos Avós....
Deste e daquele Santo (ou Santa). Para implicar romarias, procissões e a Igreja, também ganhar uns proventos.
Será que hoje, Dia da Fotografia, se venderam muitas máquinas de fotografar?
A Sociedade de Consumo, em que vivemos, tece as suas mil teias, de toda a forma e feitio. Shampoos que mudam de embalagem, manteigas daquela marca, que nunca tínhamos ouvido falar, toalhinhas para a incontinência, com perfumes estranhos, chás de tanta coisa, gelados com sabores inusitados, a lista é infinita.
Só gostava que cada dia tivesse o Ser Humano como escala. E que as fatídicas guerras, que se desenrolam em Gaza, na Ucrânia, na Síria ou no Iraque, não sujassem o comodismo dos consumidores. Ou a fome, decorrente do facto do consumismo não ser para todos. Que por esse mundo fora o Sorriso fosse a marca da pegada dos seres chamados racionais.
E que, complementando este quadro, os animais fossem respeitados e o seu lugar (na Terra, no Ar e no Mar) fosse estimado e salvaguardado.
Porque todos dependemos de todos.
Que não houvesse incêndios. Que não fossem massacrados seres...
A pulga que salta na China, despoleta uma turbulência, algures, diz-se.
Oxalá que a lontra feliz num rio, pudesse originar poesia, na caminhada colectiva.
Mas tudo isto deve ser um sonho, de uma noite de Verão...Não devo estar bom da cabeça! A realidade é bem feroz!
E para nos embalar, novos produtos aparecem no mercado, todos os dias. Um sabonete com aromas exóticos, uma bolacha, com semente de papoila, um detergente com aloé vera, uma rapariga loira, na publicidade de um carro...
Não, hoje não comemoro o dia mundial da fotografia.
Luís Filipe Maçarico (texto)
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