"Um Barco atracado ao cais é sempre um sonho preso"

segunda-feira, outubro 17, 2011

Soneto do Trabalho de Ary dos Santos







Das prensas dos martelos das bigornas
das foices dos arados das charruas
das alfaias dos cascos e das dornas
é que nasce a canção que anda nas ruas.

Um povo não é livre em águas mornas
não se abre a liberdade com gazuas
à força do teu braço é que transformas
as fábricas e as terras que são tuas.

Abre os olhos e vê. Sê vigilante
a reacção não passará diante
do teu punho fechado contra o medo.

Levanta-te meu Povo. Não é tarde.
Agora é que o mar canta é que o sol arde
pois quando o povo acorda é sempre cedo.


Poema de José Carlos Ary dos Santos

Fotografias: Luís Filipe Maçarico

1 comentário:

Elvira Carvalho disse...

Ary sempre atual e oportuno.
Será que desta o povo acorda?
Um abraço