"Um Barco atracado ao cais é sempre um sonho preso"

quarta-feira, julho 27, 2011

Para o KIKO e para o JUNITO


Junito

kiko





Habitaram em minha casa

duas primaveras

anjos caídos do ninho

ou da vontade

de experimentar humanos

do deus das chaminés.


adoptaram-me

adormeciam perto de mim

ficaram nos meus olhos

longamente

como alguém

cuja partida nos molesta.


Agora,

a chaminé tem uma rede

e só no poema

reencontro manhãs

de soltar pássaros

de lhes dar liberdade

e ir com eles

até às altas ramagens

para escutar o mar

e os rumores da cidade.


---------------------


um dia também

irei

com eles

morar

no coração

do silêncio...


Lisboa/Funcheira 9-7-2011.


Luís Filipe Maçarico

1 comentário:

Mar Arável disse...

Voar com as aves
e as palavras