"Um Barco atracado ao cais é sempre um sonho preso"

sexta-feira, janeiro 08, 2010

Fernando Vaz e José Carneiro



No Natal contactei com um amigo, que lamentou vivermos num país de mentalidade retrógrada. Falou em sair daqui, decisão que desde os anos 60 muitos portugueses têm tomado, por não suportarem as difíceis condições de vida material... Tentei dissuadi-lo, pois apesar do conservadorismo evidente, "o mundo pula e avança"... ou, pra citar um poeta que li na minha juventude: "Há sempre alguém que diz não"!

Ontem, um velho alucinado passou por mim e pelos companheiros do Associativismo Popular, em greve de fome, frente à Assembleia da República, gritando que o Governo aumentara os reformados apenas em 3 euros... ou seja, o mal estar chegou aos próprios loucos, que reagem!

O desemprego sobe todos os dias, os bons costumes mascaram a realidade, o país afunda-se, é verdade.
Mas ninguém fala dos que ainda aguentam isto. Dos que trabalham, dos que tiram à família e ao descanso para tornarem os lugares onde vivemos em nichos de maior humanidade. Com trabalho voluntário. Não são capa de revista. Não matam, não roubam, não são corruptos, não fazem notícia nas televisões, nas rádios, nos jornais.
Mas eu digo o nome de dois: Fernando Vaz e José Carneiro. Que continuam a fazer o seu protesto, neste Janeiro gelado. Homens com agá grande.

Texto e foto Luís Filipe Maçarico

1 comentário:

Miguel Bento disse...

Um abraço aos dois homens que estão nessa nobre luta. Em particular ao Fernando Vaz, mertolense e actual dirigente do Centro Idosos de Moreanes.