O Alentejo perdeu este fim de semana dois homens solidários, que passaram uma boa parte das suas vidas sonhando um mundo melhor, dando o seu contributo para essa mudança.
Domingos de Carvalho, escritor, associativista, pai do também escritor Mário de Carvalho, deixou-nos com 89 anos e uma obra, onde as terras do sul e o seu povo sofredor atravessaram páginas de poesia e prosa.
Lutou pela liberdade e pôde enfim saboreá-la, desejando sempre que o futuro fosse mais fraterno. Na Caixa Económica Operária, antes do 25 de Abril e na Casa do Alentejo, após a Revolução dos Cravos, foi consequente com os seus ideais.
Lourenço Bernardino, mais novo, mas não menos empenhado, foi presidente da Junta de Freguesia de Santo Condestável e actualmente desempenhava o cargo de tesoureiro na direcção da Casa do Alentejo.
Fica o exemplo de ambos assinalado neste breve artigo, escrito ao fim de um domingo triste passado entre funeral e velórios.
Não podia deixar de os homenagear aqui, pois tive o privilégio de os ter como amigos. O escritor recomendou o meu nome, para escrever sobre livros na antiga revista da Casa do Alentejo e participou em lançamentos de livros meus, mesmo quando já estava doente. O autarca de Campo de Ourique convidou-me um dia, para ser membro do júri de um prémio de fado, que foi atribuído a Joana Amendoeira.
Como se não bastasse, Adão Barata, engenheiro e ex presidente da Junta de freguesia de Carnide e da Câmara Municipal de Loures foi hoje cremado. Soube-o apenas na Buraca, no velório de Lourenço Bernardino.
Fica registado neste blogue que estas pessoas sonharam e trabalharam, em prol do bem estar dos outros e a comunicação social, não ignorando o falecimento do engenheiro, nada disse sobre os outros empenhados cidadãos.
Porque tenho memória, não os deixo no esquecimento.
Oxalá a semana e o mês que vão começar não tragam mais notícias destas.
Luís Filipe Maçarico (texto) Foto: quadro de Isabel Aldinhas, pintora montemorense.
Domingos de Carvalho, escritor, associativista, pai do também escritor Mário de Carvalho, deixou-nos com 89 anos e uma obra, onde as terras do sul e o seu povo sofredor atravessaram páginas de poesia e prosa.
Lutou pela liberdade e pôde enfim saboreá-la, desejando sempre que o futuro fosse mais fraterno. Na Caixa Económica Operária, antes do 25 de Abril e na Casa do Alentejo, após a Revolução dos Cravos, foi consequente com os seus ideais.
Lourenço Bernardino, mais novo, mas não menos empenhado, foi presidente da Junta de Freguesia de Santo Condestável e actualmente desempenhava o cargo de tesoureiro na direcção da Casa do Alentejo.
Fica o exemplo de ambos assinalado neste breve artigo, escrito ao fim de um domingo triste passado entre funeral e velórios.
Não podia deixar de os homenagear aqui, pois tive o privilégio de os ter como amigos. O escritor recomendou o meu nome, para escrever sobre livros na antiga revista da Casa do Alentejo e participou em lançamentos de livros meus, mesmo quando já estava doente. O autarca de Campo de Ourique convidou-me um dia, para ser membro do júri de um prémio de fado, que foi atribuído a Joana Amendoeira.
Como se não bastasse, Adão Barata, engenheiro e ex presidente da Junta de freguesia de Carnide e da Câmara Municipal de Loures foi hoje cremado. Soube-o apenas na Buraca, no velório de Lourenço Bernardino.
Fica registado neste blogue que estas pessoas sonharam e trabalharam, em prol do bem estar dos outros e a comunicação social, não ignorando o falecimento do engenheiro, nada disse sobre os outros empenhados cidadãos.
Porque tenho memória, não os deixo no esquecimento.
Oxalá a semana e o mês que vão começar não tragam mais notícias destas.
Luís Filipe Maçarico (texto) Foto: quadro de Isabel Aldinhas, pintora montemorense.
6 comentários:
De facto, é muito triste a partida dos amigos para a longa viagem, e ainda mais quando parece juntarem-se para tornar menos dura a solidão. Uma outra pessoa que também se foi, apesar de em alguns de nós ter deixado pouca memória, foi o Pedro Ornelas, um dos sócios fundadores da ALDRABA e amigo da Sónia Frade.
O nosso mundo vai ficando cada vez mais pequeno...
Recebemos esta mensagem que transcrevemos:
IN MEMORIAM
Cada vez que leio notícias destas, é algo de mim próprio que se perde e não se recupera. Apesar de, neste caso, não conhecer pessoalmente nenhum dos que nos deixaram, mas conhecia a obra, acima de tudo o exemplo, de vidas em prol dos outros, e isso para mim é muito importante, talvez o mais importante.
abraços
egas
As almas boas nunca nos deixam ficar abandonados, taciturnos, mais pobres... Para mim sempre serão aquelas estrelas que brilham na poalha cósmica...
Soube da triste notícia há momentos, na Casa do Alentejo, pela boca de um amigo; cansado de uma longa viagem de carro, depois de dois últimos percursos, desde a cidade às portas do Atlas, cansado mas iluminado pelas sorrisos e pelos olhares doces como as rosas e as papoilas. Conhecia todos eles mas gostava de deixar aqui algumas palavras sobretudo ao Amigo Domingos Carvalho, que conheci através do José da Fonte Santa. Foi ele que me convidou para ser dirigente da Casa do Alentejo. Aos 80 anos empenhou-se completamente na realização da Feira/Mostra de livros que realizamos do Páteo Árabe, penso que no ano 2000. Várias vezes falei nele nos últimos meses; no dia do aniversário da Casa do Alentejo, em conversa com antigos companheiros da direcção - o António Soares, o Montemor,... - sugeri a realização duma homenagem ao Homem com H grande que foi o Domingos Carvalho. Digo-o agora com mágoa de não ter arranjado tempo para o visitar, de não ter feito nada... Façamos, todos nós que o admiramos, um pouco pela divulgação da sua obra, não apenas como escritor, mas também como Cidadão empenhado e abnegado em defesa da Liberdade, do Alentejo e da Casa do Alentejo.
Obrigado Luís, pela defesa da Memória!
Eduardo
São sempre notícias muito tristes, não só pelo lado humano, mas também porque pessoas assim fazem falta ao País. E Portugal ficou mais pobre.
Um abraço
Não quero deixar de me associar, pessoalmente, ao pesar pela morte do Lourenço Bernardino. Vivi 20 anos em Campo de Ourique e durante penso que pelo menos 8 foi o meu presidente.
Era um homem incansável, sempre pronto a ouvir, sempre pronto a fazer, nunca o vi no gabinete, onde sei que também atendia os fregueses, mas sempre na rua a tratar de um assunto, a resolver uma situação.
Era um homem integro e de grande capacidade e voluntarismo.
Faz falta, deixa memória.
Obrigado.
António Eloy
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