Subscrevo o que Nuno Pacheco escreve hoje no Editorial do "Público":
"Em Portugal, um país que preza o futebol com afinco e as restantes modalidades quando para isso é empurrado, falhanços deste tipo tornam-se clamorosos.
Apegamo-nos demasiado ao lado verde da bandeira, à esperança, mas quando as coisas correm mal guinamos facilmente para o encarnado e exigimos sangue. (...) Mas é preciso perguntar se em Portugal nos empenhamos em formar atletas olímpicos ou simplesmente atletas que até podem ir aos jogos olímpicos."
No mesmo periódico, o professor do ensino superior Santana Castilho comenta:
E claro está que as lamentáveis justificações dos nossos representantes olímpicos merecem reflexão. Um desiste porque a égua entrou em histeria, por não estar habituada aos écrãs de vídeo; outro queria o lançamento do peso, julgo, à tarde, porque, de manhã, "ele só é bom na caminha"; uma senhora borrifa-se para a segunda prova em que devia participar, depois de ser eliminada na primeira, porque as africanas são melhores; outra descobre em Pequim que, afinal, "não é muito dada a este tipo de competições", enquanto um colega bloqueia quando vê o estádio cheio.
(...) Um país que cultiva na escola e na polis a falta de rigor e de exigência, tem autoridade para sancionar quem o envergonha no estádio olímpico?"
Concordo com esta opinião. Porém, espanta-me que ninguém fale na pressão da comunicação social sobre os atletas olímpicos, nomeadamente no estilo execrável dos jornalistas desportivos da Antena 1, que a meu ver têm noticiado cada prova final em que participa um atleta português num estilo deplorável, utilizando termos que não me parecem adequados quer para os visados, quer para o público, que nestes momentos podia ser cativado para outras modalidades que não o eterno futebol. Eles gritam mimos deste jaez: "Deixou fugir a medalha", "Não conseguiu mais que um 7º lugar", etc. em vez de valorizar algumas honrosas participações, o que certamente contribuiu para pessoas como Francis Obikwelu e Gustavo Lima porem termo em carreiras que não estavam esgotadas. Caramba, nem oito nem oitenta
Ficam então duas perguntas: quanto ganha um jogador de futebol e um atleta olímpico?Porque razão a comunicação social não tem o mesmo tipo de atitude, quando os Figos, os Ronaldos, os Ricardos e quejandos falham?
Recolha de fotos (na Net), textos ("Público") e nota final de LFM
"Em Portugal, um país que preza o futebol com afinco e as restantes modalidades quando para isso é empurrado, falhanços deste tipo tornam-se clamorosos.
Apegamo-nos demasiado ao lado verde da bandeira, à esperança, mas quando as coisas correm mal guinamos facilmente para o encarnado e exigimos sangue. (...) Mas é preciso perguntar se em Portugal nos empenhamos em formar atletas olímpicos ou simplesmente atletas que até podem ir aos jogos olímpicos."
No mesmo periódico, o professor do ensino superior Santana Castilho comenta:
E claro está que as lamentáveis justificações dos nossos representantes olímpicos merecem reflexão. Um desiste porque a égua entrou em histeria, por não estar habituada aos écrãs de vídeo; outro queria o lançamento do peso, julgo, à tarde, porque, de manhã, "ele só é bom na caminha"; uma senhora borrifa-se para a segunda prova em que devia participar, depois de ser eliminada na primeira, porque as africanas são melhores; outra descobre em Pequim que, afinal, "não é muito dada a este tipo de competições", enquanto um colega bloqueia quando vê o estádio cheio.
(...) Um país que cultiva na escola e na polis a falta de rigor e de exigência, tem autoridade para sancionar quem o envergonha no estádio olímpico?"
Concordo com esta opinião. Porém, espanta-me que ninguém fale na pressão da comunicação social sobre os atletas olímpicos, nomeadamente no estilo execrável dos jornalistas desportivos da Antena 1, que a meu ver têm noticiado cada prova final em que participa um atleta português num estilo deplorável, utilizando termos que não me parecem adequados quer para os visados, quer para o público, que nestes momentos podia ser cativado para outras modalidades que não o eterno futebol. Eles gritam mimos deste jaez: "Deixou fugir a medalha", "Não conseguiu mais que um 7º lugar", etc. em vez de valorizar algumas honrosas participações, o que certamente contribuiu para pessoas como Francis Obikwelu e Gustavo Lima porem termo em carreiras que não estavam esgotadas. Caramba, nem oito nem oitenta
Ficam então duas perguntas: quanto ganha um jogador de futebol e um atleta olímpico?Porque razão a comunicação social não tem o mesmo tipo de atitude, quando os Figos, os Ronaldos, os Ricardos e quejandos falham?
Recolha de fotos (na Net), textos ("Público") e nota final de LFM
2 comentários:
As nossas discussões e aparentes desacordos, acabam por se fundir em opiniões convergentes!! Ehehe!! Ambição sim, sempre, mas baseada em fundamentos sólidos e realidades globais...´e que ser bom 'sozinho' é muito fácil.. o pior é qundo se competes com 'os outros'...que chatice os outros, que são bons e melhores que nós..!!
Não acredito que os outros sejam melhores do que nós. Quando fui professor em Serpa, ouvi os locais lamentarem, admirados, pelo facto de nehum natural da vila se ter lembrado de que a abertura de uma livraria poderia ser um negócio útil e rentável. “Foi necessário aparecer um Retornado... e está a ganhar dinheiro”...
Fiz o meu estágio em Pediatria numa das escolas de Massachusetts. Fiquei admirado com a disciplina, a organização, os serviços de apoio e os recursos que o Estado investe para melhorar o aproveitamento escolar. Um dia, durante esse estágio, com o meu portinglês de “green horn”, iniciei uma conversa/elogio com uma das professoras acerca dos bons serviços que proporcionavam às crianças. Quando lhe disse que eu era Português ela respondeu-me: “êu também schxou”...
Há cerca de cinco anos, trouxe a Anita para os USA. Para além da língua Russa, ela era capaz de pronunciar seis ou sete palavras em Inglês. Cinco anos passados, este ano transitou para o “High School” como a melhor aluna do sistema escolar, com vários prémios em arte, literatura, desporto, dança, música, etc. Está no grupo restrito dos alunos que recebem menções honrosas do Presidente dos USA.
A Anita foi escolhida para para o grupo de Natação do Durfee High School. Hoje foi o primeiro dia de treinos. Quando fui ver as instalações desportivas do liceu fiquei chocado. O liceu tem piscina própria, campos de football e futebol a um nivel semelhante ao das equipas de desporto profissional, um ginásio grandioso para “teenagers”, um auditório para expressão artística de grande qualidade, etc. A disciplina do grupo de natação é hierarquizada a partir do grupo de treinadores e implementada por atletas, a partir da capitã de equipa, com objectivos de responsabilidade e perfeição. Porque os objectivos desportivos são para se cumprirem, os treinos são diários, depois do horário escolar, com uma duração nunca inferior a duas horas.
Claro que este sistema social não é ideal, porque nada do que é humano é totalmente perfeito. Mas, neste mesmo sistema social, não fiquei espantado quando “apareceu uma Retornada ou Imigrada” que num dos liceus da Nova Inglaterra conseguiu inventar um sistema para a medição das distâncias entre os astros, o que os cientistas da NASA e de outras agências espacias mundiais andavam a investigar havia muito tempo.
Nem sempre as Expos e os estádios de ostentação são a mola impulsora para desafiar metalidades, principalmente quando os mesmos lideres desses eventos são os actuais Di-Gestores do país. Por vezes há necessidade de aparecer um Retornado para percebermos que a abertura de uma livraria no nosso bairro pode ser um negócio rentável...
Um Abraço, Luis
Filipe
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