Os nomes são inúmeros. Actores mágicos, transcendentes, que resgatam da vida a centelha genial que arrebata plateias.
Diante de nós, respiram, riem, choram, superam-se.
Gente como nós que veste personagens, idealizados por criadores luminosos. Cujos nomes não são menos importantes.
Porque fiz teatro em colectividades de Lisboa, celebro este dia homenageando o trabalho dos Amadores de Teatro, nomeadamente aqueles que dirigem a Sociedade de Instrução Guilherme Cossoul e o Grupo Dramático e Escolar "Os Combatentes".
No "Conservatório da Esperança", onde Glicínia Quartin, Henrique Viana, Jacinto Ramos, José Viana, Raúl Solnado e Varela Silva nasceram para o Teatro, integrei o elenco de "Histórias para Serem Contadas" de Osvaldo Dragún, com encenação de Ildefonso Valério (1979) e no palco onde Maria Clara, Aida Baptista, Arthur Duarte e Tony de Matos deram os primeiros passos na Arte de Molière, dezoito anos depois, em 1997, durante a II Festa das Colectividades de Lisboa, representei "O Teatro Segue Dentro de Momentos", com encenação de Jorge Neves e Jorge Rua de Carvalho.
Hoje é o dia deles. Devia ser todos os dias. Bem Hajam!
Texto de LFM
2 comentários:
Olá, amigo Luís! Tudo bem contigo?
Também gosto muito de Teatro!
Abraço,
Fernando Manuel Oliveira Pinto
P. S. O meu irmão está a fazer uns programas para a RTPn (Ler+). Um desses programas é sobre Eugénio de Andrade. Na altura, lembrei-me de ti, do teu gosto pelos versos do teu colega e amigo poeta.
Olá Luis
Associo-me a esta tua lembrança sobre o dia mundial do teatro e não resisto a enviar-te o texto da mensagem singela que este ano penso ter sido alvo de leitura nos palcos de representação de todo o mundo.
Apesar de ter sido "forçado" a abandonar o palco por razões de saúde, sinto a necessidade de estar ligado, por uma qualquer forma, à nobre arte de Molière.
Um abraço.
Eduardo
"Dia Mundial do Teatro
27 de Março de 2008
Existem várias hipóteses sobre as origens do teatro, mas aquela que mais questiona o meu espírito tem a forma de uma fábula:
Uma noite, em tempos imemoriais, um grupo de homens tinha-se reunido numa pedreira para se aquecer à volta de uma fogueira a contar histórias. Quando de repente, um deles teve a ideia de se levantar e usar a sua própria sombra para ilustrar a sua história. Socorrendo-se da luz das chamas, fez aparecer nas paredes da pedreira figuras maiores do que o natural. Os outros, deslumbrados, foram reconhecendo o forte e o fraco, o opressor e o oprimido, o deus e o mortal.
No nosso tempo, a luz dos projectores substitui a luz da fogueira original e a maquinaria de cena as paredes da pedreira. E com todo o respeito por certos puristas, esta fábula recorda-nos que a tecnologia está na verdadeira origem do teatro, que não deve ser considerada como uma ameaça, mas como um elemento congregador.
A sobrevivência da arte teatral depende da sua capacidade de reinventar-se, utilizando novas ferramentas e novas linguagens. Caso contrario, como poderia o teatro continuar a ser o testemunho dos grandes embates da sua época e promover a compreensão entre os povos, se ele mesmo não desse prova de abertura? Como poderia orgulhar-se de oferecer soluções para os problemas de intolerância, de exclusão e de racismo, se, na sua própria prática, se recusasse à mestiçagem e à integração?
Para representar o mundo com toda a sua complexidade, o artista deve propor formas e ideias novas e mostrar confiança na inteligência do espectador capaz de reconhecer, ele próprio, a silhueta da humanidade nesse jogo perpétuo de luz e sombra.
É verdade que, por brincar demais com o fogo, o homem corre o risco de se queimar, mas pode também ter a possibilidade de deslumbrar e de iluminar".
Robert Lepage
Quebec
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