Tenho lido os mais diversos manifestos que evocam o 25 de Abril, referindo-se todos ao passado do qual nos libertámos e nos trouxe até aqui. Falta porém na narrativa uma alusão ao presente, que a não ser travado, vai inquinar o Futuro e asfixiar o espírito de Abril. Realçar o SNS é importante, contextualizar historicamente o que sucedeu há quatro décadas e meia parece-me acertado, mas há que criticar um presente com situações mais que evidentes, retrógadas:
Evocar Abril é exigir que os meios de comunicação social e em especial a televisão, que é da responsabilidade do Estado, e que todos nós pagamos, deixem de exibir uma gritante falta de isenção, permitindo-se manter a ausência de qualidade e a intoxicação, com roupagens de informação democrática, a que todos já pudemos assistir.
Evocar a data da libertação colectiva é também estar na dianteira da salvaguarda dos valores culturais que transmitem força anímica, não podendo o bom Teatro, a grande Música e outras Artes que Abril libertou, continuarem a ser substituídos pela estupidificação televisiva, que em nada contribui para o alimento e equilíbrio espiritual do Povo.
Há quem tenha medo destas palavras, porque embora dizendo-se progressista está dependente dos mé(r)dia, porque espera sempre uma reportagem aos seus arraiais, às suas marchas, ás suas iniciativas desportivas, à sua existência, ou seja, anda à babugem...
É triste que se vendam às televisões e jornais, recusando criticá-los.
Como o meu caminho está feito e não tenho medo das palavras, o 25 de Abril para mim é o Futuro que vai surgir do mundo merdoso em que estamos metidos. Cantar a Grândola sim, mas também sonhar as asas que nos farão semear e viver novos sonhos!!!
Luís Filipe Maçarico (texto e imagens)
4 comentários:
O meu aplauso, de pé!
Beijinho, amigo do coração.
Gostei! Grande beijinho
Muito bem!
Um abraço e saúde
Excelente texto, que subscrevo na íntegra!
Gostei e entendi, tudo o que se pode ler nas entrelinhas...
Saudações!
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