Animadora do Museu daquela associação, durante muitos anos foi responsável pelas exposições de Verão, proporcionando aos visitantes o espanto pelos temas e pela riqueza de peças apresentada.
Devota, foi também ela que durante décadas se encarregou do embelezamento (com arranjos florais requintados) dos altares da Matriz.
Habitando um velho solar, com um magnífico jardim que era um pedaço do Éden, tratava dos assuntos domésticos e da rega do vergel, porque como alguns idosos defendem, esse é o melhor remédio para as maleitas e a solidão.
Já não a conheci jovem (deve ter sido uma das beldades da Sintra da Beira). Conversámos amiúde. Foi presença constante nos lançamentos de livros e encontros de Poetas onde participei.
O artigo de minha autoria, publicado na revista do Museu do Fundão, EBVROBRIGA", nº 9, "Memória Oral e Imaginário Popular, em Torno das Invasões Napoleónicas na Vila de Alpedrinha", registou o seu testemunho (página 124).
À hora em que escrevo é provável que se aproxime o momento do corpo descer à terra.
Curvo-me perante o seu percurso de entusiasta dos valores culturais, que permaneceu entre nós até aos noventa e nove anos.
Que repouse em paz, o seu espírito, pois de partilha com luz, foi a sua vida, nos momentos felizes e tristes da sua Comunidade. Os meus sentimentos à família e a todos os associados da Liga dos Amigos de Alpedrinha e à população da vila, por esta perda.
Texto e Fotografias de Luís Filipe Maçarico
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