"Um Barco atracado ao cais é sempre um sonho preso"

terça-feira, março 07, 2017

Cais do Ginjal Revisitado

Esta tarde, caminhei pelo Cais do Ginjal, onde já não andava desde que fiz um artigo sobre aldrabas e batentes nas portas da cidade antiga, para a revista "Anais de Almada", dirigida pelo Professor Alexandre Flores, que não tornou a sair.
 
A degradação, o perigo de desabamento das ruínas que restam (fachadas de armazéns e de espaços residenciais) aconselhariam uma intervenção, para proteger os caminhantes (vi algumas dezenas de turistas, que no "Atira-te ao Rio" têm um suposto "oásis", estando a rocha e a terra esbarrondadas, encobertas por trepadeiras...
Perto, as escadinhas que vêm da Boca do Vento estão vedadas e a falésia tem uma rede para proteger os incautos...

Sendo um dos sítios de onde se desfruta uma paisagem única, sobre o Tejo e o belo cenário de filme, em que Lisboa se está a transformar, espero que num futuro próximo haja - a partir da margem sul - iniciativas que contrariem a burocracia e a especulação (dois entraves à harmoniosa ressurreição) e ainda possa assistir a um passeio à beira - rio, que sem pôr em causa a escala humana, nos surpreenda pela positiva.

O Jardim do Rio, o elevador panorâmico e o Museu Naval são três projectos realizados, que merecem ter continuidade, com novas ideias marcantes que valorizem o património, nomeadamente os engenhos (aqui mostrados) de uma azáfama esvaída, contribuindo para partilhar a memória do que foi o Cais do Ginjal, no século XX, ligando-o a heróis populares como o boxeur Santa Camarão e o também desportista e escritor Romeu Correia.

Luís Filipe Maçarico (texto e fotografias)

2 comentários:

O Puma disse...

Bela viagem a tua

Elvira Carvalho disse...

Bonitos apontamentos.

Deixo um abraço