Esta semana foi decisiva para a minha aproximação à cidade, de onde posso contemplar a antiga urbe, que habitei, longe, que é como ela (ainda) é bonita, pois o caos de um turismo que faz salivar os que sonham com dividendos, está a contribuir decisivamente para a capital perder a identidade, expulsando os seus moradores...
Inscrevi-me no Centro de Arqueologia de Almada e na Lavandaria do Idoso. Quero viver com dignidade física e espiritual...
Na rua onde moro - e segundo a minha amiga Céu Ramos - não há ruído, apenas melros a cantar.
Descendo-a, tenho o comércio de Almada Velha à minha espera: A Drogaria Andorinhas, onde compro palmilhas de cortiça, a Farmácia Galeno, o Montepio, o alfaiate, a senhora dos Jornais, o café Sino Doce, o restaurante Capitão Leitão, o Supermercado, a Frutaria onde como sopas fabulosas e me abasteço de água de Monchique, a padaria, o frango assado, ou seja, tudo o que me tiraram na parte moribunda de Alcântara, pertencente à Freguesia da Estrela, reencontrei na Margem Certa, perto de casa, ou a uns metros que servem para perder barriga...
Em cada dia que passa, o senhor Afonso e o senhor Delfim, saúdam-me e vou-me sentindo integrado, num território, percorrido ao longo do tempo, com admiração, - pelo património que ainda se vislumbra e pela escala humana mantida com qualidade, numa interacção que alimenta a esperança no futuro.
Luís Filipe Maçarico (texto e fotografia)
2 comentários:
Amigo Luís
Bem sabes as palavras que te disse quando me deste a notícia de que em breve vinhas para Almada.
Almada é isso tudo que tu dizes. Apesar de todas as alterações a que vamos assistindo, que são fruto da evolução, Almada te sabido manter o essencial, que são as PESSOAS e a relação entre elas.
Uma certeza. Almada também melhora (ganha) com a tua presença.
Um abraço amigo
Humberto Martins
Que bom amigo que se está integrando e tendo uma melhor qualidade de vida, do que tinha em Alcântara.
Um abraço e uma boa semana
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