"Um Barco atracado ao cais é sempre um sonho preso"

quinta-feira, maio 12, 2016

A Chuva e a Fraca Memória

A chuva. Sem ela não haveria a panóplia de verduras, frutos, batatas, todos os produtos alimentares que beneficiam o organismo humano. A sopa. A higiene. A vida.
Contudo, para mim, a chuva que caía na cama, em criança, e em velho, após obras do Recria (mal amanhadas e sem a rigorosa fiscalização da CML) voltou a cair perto da cabeceira do leito. A chuva é um trauma.
Que cobre cada dia em que cai na cidade, de sombras, de luz asfixiada, de poesia triste.
Maio é mês de trovoadas. Estranho, apesar dos meus pesares, que uma parte dos mais velhos tenha memória de periquito e pragueje contra a chuva.
Já ninguém entende nada e o mais fácil é criticar São Pedro. 
E a Natureza continua a ofertar nabos, cenouras, nêsperas, que sem chuva seriam miragens.
Escrevo escutando os trovões. É Maio, tempo de peregrinos  e granizo.
Tenho saudades de peregrinar, entre Alpedrinha, Touca e Vale de Prazeres contemplando as oliveiras a dar flor.
O tempo das cerejas está próximo...


Luís Filipe Maçarico (texto, escrito na Pastelaria Sino Doce, em Almada, em 11-5-16 e imagens recolhidas em Torres Vedras em 2015)

1 comentário:

Elvira Carvalho disse...

Ouvi ontem que devido ao excesso de chuva, 60% das cerejas estão podres.
Um abraço e bom fim de semana