Todos os dias, numa velocidade vertiginosa, sucedem-se acontecimentos marcantes, que transformam, quer o presente, como o futuro.
Muitas vezes, sinto vontade de chegar aqui e escrever, para demonstrar estupefacção e até revolta, pois há situações tão prejudiciais, para a evolução digna da nossa caminhada colectiva, que, por falta de reacção, ou com fraca resistência, avançam, lesando-nos, em relação à esperança, aos sonhos legítimos, que merecemos realizar.
Pergunto-me: que mundo é este, ouvem-se coisas repugnantes, os comentadores políticos são manadas ululantes, com grande frenetismo em aparecer, debitando uma ou outra crítica, para não parecer que defendem um status apodrecido, mas que na essência concordam com o que está estabelecido - e a degradar-se.
Do muito que agora podia dizer, fico-me por um esboço poético:
AS BANDEIRAS RUBRAS
(Ao João Rodrigues)
Saíram à rua
uma vez mais
as bandeiras rubras
e as muitas vozes acesas
que não se cansam
de gritar
pois é preciso lutar
contra uma existência penosa
sem trabalho e dignidade.
Saímos à rua, na certeza
que um dia o vento muda
e mais vozes e mais bandeiras
se juntarão, na caminhada
por uma vida mais justa
por uma terra habitável
onde o poder não será dos que massacram
o direito a sermos livres e felizes.
Luís Filipe Maçarico (Texto e fotos)
3 comentários:
Belo poema. Do governo eu já não sei falar. Faltam-me adjectivos para o qualificar.
Um abraço e bom fim de semana
Bonita homenagem ao amigo e camarada João Rodrigues,belo poema de combate e luta, luta essa que ele defendeu até seu último momento de lucidez. Abraço fraterno.
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