Reage, pá! A vida é mesmo isto, quando não temos recursos: Por cada dia feliz, cem dias de amargura...Oh, eu bem conheço aquilo de que me falas...mas como não temos quem nos dê uma injecção atrás da orelha, temos de continuar a vomitar a cicuta que nos querem obrigar a engolir. Reage, pá!
Fotografia de Mário Sousa.
Ecos do Encontro temático em Campo Maior
Há 5 dias
3 comentários:
Será que ainda há força? Dizem que 2 milhões de pobres; Dizem que 750 mil desempregados; Dizem que 400 mil trabalhadores da FP perderão 2 meses de salário no ano que vem. Dizem que o pais continuará em recessão e,.. no entanto 80% dos portugueses votam nos 3 partidos responsáveis por isto; Que força têm os restantes? Eu vou tentar reagir, pá!
Como não posso reagir de outra maneira reajo com as palavras. Como estas que escrevi há dias.
Requiem
No silêncio deste dia, de nevoeiro
Em que o orçamento de estado
(assim mesmo em letra minúscula
que mais não merece)
foi aprovado
senti em mim uma enorme tristeza.
Como pensamento esquecido a oração surgiu nos lábios
e como palavra proibida aí ficou amordaçada.
Era um sonho, um pouco quase nada
que um rei no passado foi alargando
e que um Infante levou até aos confins da terra.
Hoje não passa dum sonho morto
um comboio de gente putrefacta
no agravamento das condições de vida
na agonia estridente do desemprego
na fome e na doença que alastra todos os dias
na loucura dos impostos crescentes
como cogumelos venenosos
amassados no pão do povo.
Sob uma máscara fascinante de belas praias
radioso sol, céu sem nuvens,
mulheres de helénica formosura,
mares calmos, véus de espuma.
serras de onde brota água limpída e fresca
( que contudo não mata a sede de justiça ),
brisa quente como fruta madura,
vibrante de cor e desejo
definha o país real,
o verdadeiro Portugal.
E não há pedidos de desculpa
nem lágrimas nos olhos hipócritas
daqueles que o ajudaram a enterrar.
Um abraço e tudo a correr bem por Alpedrinha.
Espero que sejas ouvido
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