Extractos de uma entrevista de Luandino Vieira a Alexandra Lucas Coelho, publicada no"Mil Folhas" suplemento de 15 de Dezembro de 2006 do "Público":
"Fui sempre escrevendo. Pelo menos fui sempre armazenando. Como fui vendo sempre a realidade em termos de literatura, o que é defeito meu, porque muitas vezes subestimo, outras vezes subestimo as pessoas, e os senntimentos das pessoas. É sempre uma alienação, uma fuga - protejo-me de que seja uma falta de respeito (...)
Autonomia, sim. Faz parte do meu carácter. Sempre tive que me virar sozinho. Acabei por ficar mais solitário do que gosto de ser...Não percebe pela conversa que não gosto de ser solitário? Acabo por conversar muito, mas depois retraio-me, meto-me na minha concha (...)
Não acredito em nenhum (regime). Um regime é uma coisa perfeitamente transitória. Os homens desenvolvem formas de se auto-governarem conforme as necessidades. São sempre circunstancialismos que determinam isso. Hoje, o mundo tem esse modelo, a democracia. E viu-se por exemplo o que deu tentarem impor a democracia no Iraque."
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