A caligrafia do tempo é algo que me fascina, seja na ruga de um rosto, seja na fissura de uma parede ancestral.
Quantas sílabas, quantos silêncios escutaram aqueles ouvidos, estes muros?
Em Março procurei por mim em Jerba e a Sónia Frade apanhou-me nessas andanças, que espero repetir lá como cá, até fazer a derradeira viagem.
Agora mesmo, a propósito da fotografia, nasceu um poema:
BUSCA
Escutas o rumor da tarde
nesse recanto de pedras
limos e sombras
que o mar mordeu.
Procuras uma pegada
mas o passado
partiu com as vagas
rumo ao coração da noite.
Há vozes que não voltam
risos roubados pelas gaivotas
Escutas os teus passos
na incansável busca...
LFM
4 comentários:
Depois de um pequeno interregno,cá estou eu de volta. Desta feita quero começar por te dizer que já me decidi! Vou mesmo à Tunísia. Fiquei maravilhado com as fotos que puseste no Blog (uma irmã minha já esteve lá e também adorou). Também eu amo os segredos escritos, inscritos nas pedras, nos muros, em caracteres inseguros e tremulantes de tempo.
Adorei este poema! Aprimoras a tua sensibilidade, o teu Eu Superior de uma forma perfeitamente visível aos olhos da cara e aos da alma.
Um abraço do Francisco.
Não há nada que se compare à emoção de tocarmos ancestralidade. Já dei por mim várias vezes procurando imaginar os antepassados neste ou naquele local que visito, e normalmente ponho a imaginação a trabalhar, primeiro eu a observá-los, depois eles a observarem-me.
Um abraço. Augusto
A propósito de fotografias coloquei no meu blog umas que tirei em Ponte da Barca.
Um Abraço e bom fim-de-semana.
Excelente instante, Luís! Adorava conhecer, um dia, essa ilha... Abraço!
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