"Um Barco atracado ao cais é sempre um sonho preso"

terça-feira, fevereiro 02, 2021

TORMENTA



A casa está mergulhada num silêncio que me apraz.

Penso na dureza do confinamento. Na memória que - será do cansaço deste passar o tempo sem proveito? - que em mim era uma qualidade e agora começa a baralhar-se.

Penso na ignorância dos que nunca leram um livro e em situações como as actuais estão a passar muito mal, pois o sonho e a esperança que muitas páginas guardam não podem ser fruídas por quem só conhece presságios e diz que está escrito que estamos a chegar ao fim dos tempos.

Penso nas doenças graves que não podem ser tratadas, por causa da invasão da pandemia.

Penso nas vacinas, que são usadas indevidamente, enquanto morrem centenas de pessoas por dia.

Penso na situação terrível de governar agora, com tantos obstáculos, mas também  nos que aproveitam o momento [monopólios farmacêuticos] para enriquecerem descomunalmente.

Penso na pequenês do país. Na ansiedade umbiguista de chegar a minha vez, nos longos dias que decorrem  tentando proteger-me do vírus. Desta Tormenta.

Penso que é melhor continuar a ter a televisão fechada, para não ter de suportar a indignidade dos que se dizem jornalistas e essencialmente transmitem terror, medo, números de infectados e mortos, quase sem mostrar os casos de quem foi bem tratado, como se meter medo fosse a sua função castigadora contra um povo que elege espelhos e age muitas vezes sem perceber o mal que faz a si mesmo.

LFM Texto e fotografia)

2 comentários:

Elvira Carvalho disse...

E pensa muito bem. TV desligada só faz bem à saúde. Gosto da foto.
Abraço e saúde

Elvira Carvalho disse...

Passei para deixar um abraço e votos de boa saúde.
Bom domingo