"Um Barco atracado ao cais é sempre um sonho preso"

sábado, abril 09, 2016

Abril


Abril foi um momento de renovação no País, há 42 anos. De esperança. De sonhos possíveis.
Assim me sinto, na minha nova morada.
Ultrapassados os sessenta anos e tendo vivido seis décadas na mesma casa, no mesmo largo, no mesmo concelho, não é fácil decidir partir e assentar pouso noutro concelho, noutra rua, noutra casa.
Eis-me a ressuscitar, depois de um longo percurso.
Procurando reinventar-me.
Trouxe uma mochila de esperanças e sonhos.
Vim para uma terra onde reencontrei tudo o que perdi na capital.
Desço a rua e tenho a drogaria tradicional, cafés, restaurantes, uma farmácia, o meu banco, a loja dos jornais e perto ainda uma loja de frutas apetecíveis, onde vendem a minha água favorita: Monchique. Tudo ao pé. Espero que a vida me proporcione uma velhice sem mais constrangimentos e possa continuar a escrever e a respirar em paz.
Comprei o passe.
O velho largo está a quinze minutos. O mar também não está longe.
E há uma vida cultural intensa à minha espera...

Luís Filipe Maçarico


1 comentário:

Elvira Carvalho disse...

E vai tudo correr bem.
Um abraço e uma boa semana