Alentejanos, logo no início da nossa estima de mais de duas décadas, cintilou de imediato o sorriso e a franqueza ternurentos.
A sua pertença a Sobral da Adiça, a partilha da vida aldeã numa infância de há mais de meio século atrás, ao escutá-la contando os pormenores do ofício do pai, respeitado por toda a Comunidade e particularmente pelos habitantes nómadas, desvendava um contexto que tinha o seu quê de mágico e encantatório, mesmo que viver nesse tempo não fosse fácil.
Preferindo o recato, os bastidores, integrava diversas associações em que primava pelo bem fazer, pelo melhor património (as pessoas) e pela memória dos objectos biográficos.
Posso dizer que foi muito amada por todos aqueles que com ela se cruzaram, além da estremosa dedicação aos familiares.
Neste fim de semana triste, em que nos despedimos da sua fugaz viagem pelo planeta onde nos encontrámos, as inúmeras coroas de flores falaram pelos que se sentiram mais pobres com a sua ausência. Vi muitos jovens que com ela colaboraram no associativismo popular a chorar pela perda insubstituível.
Guardo imensos momentos de grande sintonia: Alpedrinha, Fundão, Marvão, Mértola, Sobral da Adiça, Vilarelhos, Casa do Alentejo, só para evocar locais e eventos recentes, em que o bem estar iluminou os nossos passos.
Maria Eugénia. Um rosal de palavras é pouco para coroar a tua grandeza. Que fica nos nossos corações enquanto vivermos com o teu sorriso dentro de nós.
Luís Filipe Maçarico
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