Sinto-me livre, por não abdicar do espírito crítico, embora viva numa Sociedade contaminada por diversas perversidades, como a existência de uma pobreza gritante, face à gulodice imperial dos detentores do Poder económico e político.
O Capitalismo influencia os povos, mantendo-os incultos e manipuláveis através de vários meios eficazes: meios de comunicação controlados, onde uma série de personagens se evidenciam, contribuíndo para a hipnose colectiva, arrecadando fortunas com banalidades.
Despojados de valores, que são apresentados como coisa demodée, os povos escolhem burgessos para os governos, que são espelhos das suas ambições individualistas, minadas pelo egoísmo e por um vedetismo bacoco, que se espraia nas Tvs com programas sem qualidade e muito aparato.
Foi neste contexto (apelidado de Democracia) que ainda assim consegui consumar cursos académicos, o que seria impossível no tempo em que reinava o sacristão de Santa Comba.
Está na moda comparar este regime, com o de então, o que para mim será sempre abusivo.
Apesar de não concordar com muita coisa que acontece (políticas de direita, amochamento em relação aos ditâmes da Europa, demagogia, injustiça, corrupção transversal, etc.) penso que no tempo da minha avó ser diabético era mais problemático, ser pobre era receber leite em pó, pão e manteiga oferecidos pelas vicentinas que então imperavam na caridade, sem direito a uma pensão de sobrevivência, trabalhando até à morte, enquanto estiver vivo, não são passíveis de comparar com os apoios de hoje, por muito fracos que sejam.
Os saudosistas, que por vezes se travestizam atrás de canudos de cientistas sociais não me merecem qualquer respeito e os seus livros, por mim, podem ficar nas montras, recuso-me a perder tempo do pouco que me resta, face ao veneno que destilam nas suas páginas, sem indicar caminhos, hipóteses de trabalho para melhorar as nossas vidas, sentadinhos nas poltronas da sua vida airada de ricos bafejados por uma incursão em ministérios, no parlamento ou nas escolas que tanto hostilizam.
Todavia, sei que a situação actual (por todo o mundo) é preocupante. Defendo outra forma de estar e governar. Pena que o meu voto seja menos forte devido à incultura e preconceito, que nasce da ignorância.
Luís Filipe Maçarico(texto e imagem)
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