Quando pela primeira vez entrei na "Pensão Clara", o período natalício estava no auge e apercebi-me da coexistência da ancestralidade com a transformação do Mundo para a modernidade.
De repente, Júlio Dinis, cujas páginas saboreara na adolescência, bem como o Eça de "A Cidade e as Serras", estavam ali, ao vivo, em comidas caseiras, pelas mãos de uma Mestra, a Dona Maria da Graça Nabais, cujas sopas e iguarias eram de comer e chorar por mais.
O legado ficou para Maria dos Anjos Caniça, que se tornou na Mestra das lampreias de ovos e de um sem número de cozinhados de truz.
Este foi um dos motivos que sempre me fez regressar e volto com regularidade à chamada Sintra da Beira, supostamente assim designada, pela Marquesa de Alorna, embora não haja um documento, que testemunhe essa classificação.
Tornei por muitas razões, mas destaco mais duas: as águas, que segundo António Salvado Mota, consoante a fonte (e são várias) têm supostas virtudes. E o órgão de tubos ibérico, onde Monia Roxo executou um tema que me transportou naquela Páscoa de 1989, até à Salzburgo de Mozart.
Alpedrinha é contudo muito mais. Pessoas e recantos. Palavras e silêncios...
LFM (Texto e Fotos)
5 comentários:
Passando para deixar um abraço de amizade e votos de um 2018 com saúde, alegria, e muitas realizações pessoais.
Quase tudo se conquista
Bom ano
Adorei o texto.
Amante de Sintra, estás a dar-me curiosidade de conhecer essa vila. A foto da água é lindíssima. Bjs.
O cerejal ombreia com a Pensão Clara. O orgão precisa de uso. Penso ser o único na diocese Egitaneense.
Água, musgo, velho granito... Uma beleza.
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