O puto que fazia jornais de parede, na casa dos pais jornalistas, no Campo Grande, chamava-se Pedro e era um miúdo bem disposto, que tratava a língua com enorme elegância.
O pai fazia o "Crocodilo" numa revista semanal, gozando com o que lhe era permitido gozar (durante o tempo da censura) e a mãe, que fora a primeira relatora em directo na rádio, de futebol, descobriu jovens poetas na Tele Semana e prosseguiu no "Sete", mais tarde na "Capital" o seu desempenho, valorizando a Cultura, a todos os níveis.
Ao longo da vida, Pedro Rolo Duarte desenvolveu inúmeros projectos, imbuídos de espírito crítico, indagou sobre Artes e Percursos, saboreou a Música, celebrou o prazer de produzir informação de qualidade nos jornais, na televisão e na rádio.
Acompanhei-o - em cada manhã de sábado, - escutando o "Hotel Babilónia", com o não menos divertido e culto João Gobern, o qual, agora, fica sem a companhia fundamental do Pedro, facto que vai ditar o fim do programa, que terá mais duas semanas de existência, dedicadas ao resistente jovem.
A notícia feriu-me pela injustiça de uma respiração interrompida, quando ainda tanto tinha para dar, pela sabedoria, pela partilha, pelo espírito bem humorado, e por ser filho e irmão de duas Amigas muito queridas, a quem apresento os meus sentidos pêsames.
À Maria João Duarte e à Fátima Rolo Duarte, o beijinho triste, onde a poesia fica em silêncio. Com lágrimas.
Luís Filipe Maçarico (texto) Fotografia (recolha na Internet)
1 comentário:
Que descanse em Paz.
Fiquei sem palavras quando abri o pc e vi a notícia.
À família enlutada sentidos pêsames,
Abraço
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